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Fruet toma chimarrão durante anúncio público de sua filiação ao PDT, na Praça Santos Andrade, em Curitiba: críticas ao prefeito Luciano Ducci marcaram evento | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Fruet toma chimarrão durante anúncio público de sua filiação ao PDT, na Praça Santos Andrade, em Curitiba: críticas ao prefeito Luciano Ducci marcaram evento| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Outro lado

Prefeito diz que postura é incoerente

Poucas horas depois de ser citado por Gustavo Fruet em praça pública, o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), respondeu por meio de nota às críticas. Ducci lembrou que Fruet fazia parte do mesmo grupo político que ele até recentemente.

"Havia um ano, o Gustavo frequentava meu gabinete e me pedia que o acompanhasse aos bairros na sua campanha ao Senado, que eu apoiei e pela qual trabalhei de mangas arregaçadas. Até o final do ano passado, a Eleonora, irmã do Gustavo, era minha secretária da Educação. E uma boa secretária", diz a nota.

O prefeito afirmou ainda que Fruet não estaria tendo um comportamento digno de sua imagem pública. "Eu não sei qual é o momento emocional que o Gustavo está vivendo, mas não reconheço nele e nas suas declarações a imagem pública que ele, durante tantos anos, alimentou." (KK)

Analistas veem disputa com dois nomes fortes

A decisão do ex-deputado federal Gustavo Fruet de se filiar ao PDT para disputar a prefeitura de Curitiba na eleição do ano que vem colocou frente a frente duas grandes forças políticas do estado. Cenário que, segundo especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, deve polarizar a eleição municipal entre as campanhas do pedetista e do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB).

"A força política dos dois é muito grande, mas por motivos diferentes. O Ducci conta com as máquinas da prefeitura e do governo estadual. E o Fruet tem a seu favor a personalidade e a base eleitoral conquistada em Curitiba por sucessivas eleições", afirma professor de Ciência Política Carlos Luiz Strapazzon, da Fundação de Estudos Sociais.

A estrutura de campanha dos dois principais concorrentes deve ser outra atração a parte. O cientista político Ricardo de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), acredita que Ducci e Fruet devem contar com apoios pesados: de um lado, do governo do estado; do outro, do governo federal. "Entrando num partido como o PDT, da base da presidente Dilma Rouseff, o Gustavo Fruet passa a contar com essa superestrutura. Ao mesmo tempo, e isso não é segredo para ninguém, o governador Beto Richa deve trabalhar para eleger Ducci", disse.

A quase um ano da disputa eleitoral, outros candidatos podem entrar "no jogo". Strapazzon e Oliveira acreditam que o mais forte e capaz de balançar essa disputa, caso venha a confirmar a candidatura, é o deputado federal Ratinho Jr. (PSC). "Num eventual segundo turno, o apoio dele [Ratinho] pode decidir a parada", disse Oliveira. Apesar disso, os dois especialistas não acreditam na entrada de Ratinho Jr. "As primeiras pesquisas de opinião apontam para o cenário de polarização entre Fruet e Ducci. Acredito que esse quadro deve perdurar até a eleição", completou.

O ex-deputado federal Gustavo Fruet aproveitou ontem o discurso de sua filiação ao PDT para atacar o prefeito de Curitiba, Lu­­ciano Ducci (PSB) – principal adversário na disputa pela prefeitura da capital na eleição de 2012. Num improvisado púlpito montado em frente à escadaria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade, em Curitiba, Fruet anunciou seu novo partido pouco mais de dois meses depois de ter deixado o PSDB, onde acreditava não ter espaço para ser candidato a prefeito.

No discurso de ontem, Fruet tentou vincular o atual prefeito ao escândalo envolvendo o presidente da Câmara Municipal, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), investigado atualmente por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Derosso é acusado de irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara. O Conselho de Ética pediu seu afastamento do mandato por 90 dias.

"A base que apoia hoje o Derosso na Câmara é a mesma que apoia a reeleição. O prefeito Luciano [Ducci] e o Derosso são faces de uma mesma moeda. Há uma relação siamesa entre a prefeitura e a Câmara", disse o ex-deputado federal.

Subindo o tom

A declaração dá o tom da disputa pela administração municipal e revela o que pode ser uma das estratégias da campanha pedetista. Ontem mesmo, o prefeito Ducci, por meio de sua assessoria, respondeu no mesmo tom, lembrando que até recentemente Fruet fazia parte do mesmo grupo político.

Para o doutor em Direito Constitucional e professor da Fundação de Estudos Sociais Carlos Luiz Strapazzon, aproximar Ducci com as denúncias contra Derosso deve ser a estratégia não só de Fruet como da campanha dos demais adversários. "Vai ser inevitável fazer essa relação.Vai chegar um momento em que o prefeito Luciano Ducci e os vereadores da base de apoio terão de explicar se sabiam ou não das irregularidades e como deixaram chegar a este ponto", avalia.

Cobranças

Para Strapazzon, o perfil combativo de Fruet nas questões relativas à administração pública indica que o tom durante a campanha deve ser de cobranças. Durante o discurso ontem, por exemplo, Fruet relembrou casos polêmicos envolvendo a atual gestão da prefeitura. Falou, por exemplo, sobre as denúncias que levaram a prefeitura a romper com a empresa de radares que servia o município, a Consilux, e sobre a contestação judicial contra a Urbs, empresa municipal que não poderia mais aplicar multas de trânsito. "É uma questão de esgotamento do modelo. Essas discussões significam que não houve planejamento algum. São situações que já deveriam ser discutidas", comentou.

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