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Simone Vasconcelos, gerente financeira da SMP&B, empresa de Marcos Valério, está depondo na sede da Polícia Federal em Brasília. A assessoria de imprensa da PF havia informado mais cedo que o depoimento, previsto para ocorrer em Belo Horizonte, tinha sido cancelado a pedido dos advogados de Simone. No entanto, Simone chegou à sede da PF por volta das 13h acompanhada do advogado Marcelo Leonardo, o mesmo que fez a defesa de Marcos Valério, e está depondo ao delegado Luiz Flávio Zampronha, responsável pelo inquérito que apura o suposto pagamento de mensalão a parlamentares da base aliada.

Simone é responsável por ter sacado pelo menos R$ 6 milhões das contas de Valério no Banco Rural e pela distribuição dos recursos a emissários de políticos beneficiários do esquema em Brasília. Neste fim de semana, por intermédio da assessoria de Valério, Simone confirmou ter autorizado Roberto Marques, assessor informal e amigo do deputado José Dirceu (PT-SP), a sacar R$ 50 mil da conta da SMP&B.

O depoimento de Simone na CPI dos Correios está marcado para quarta-feira. Ele vai ocorrer no momento em que Valério estaria aumentando a pressão sobre o governo com ameaças de comprovar que Dirceu sabia dos empréstimos feitos por suas agências para financiar o PT. O empresário pediu nova audiência ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que pretende discutir com os outros procuradores que investigam o caso a conveniência de mais um depoimento.

Para integrantes da CPI dos Correios, se não contar a quem entregava o dinheiro, Simone pode ser processada por crime de sonegação fiscal. A tese é defendida pelo relator da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e pelo subrelator responsável pelas movimentações financeiras, Gustavo Fruet (PSDB-PR).

- Se ela não identificar quem levou o dinheiro, passa a ser a responsável e vai ter de pagar milhões de Imposto de Renda. É uma questão tributária - afirmou Serraglio.

Simone, por exemplo, entregou malas no Banco Rural e um pacote com dinheiro no hotel Gran Bittar ao assessor parlamentar do PP, João Cláudio Genu, que confessou na PF ter feito o serviço a pedido dos deputados José Janene (PP-PR), Pedro Corrêa (PP-PE) e Pedro Henry (PP-MT). Em depoimento à PF, a ex-secretária de Valério Fernanda Karina Somaggio também contou que Simone se queixava de ficar trancada no quarto do hotel contando dinheiro e recebendo homens a quem os recursos eram entregues.

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