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Três franceses ligados a uma organização não-governamental foram brutalmente assassinados a facadas num apartamento em Copacabana na manhã desta terça-feira. O crime foi cometido por um funcionário da ONG com a ajuda de outros dois homens. O motivo seria um desvio de R$ 80 mil cometido por Társio Wilson Ramirez, de 25 anos, que os patrões tinham descoberto. Christian Pierre Doupes, de 38 anos; a mulher dele, Delphine Douyère, de 36; e Jérôme Faure, de 42, foram mortos com várias facadas profundas pelo corpo. O filho de dois anos do casal escapou do massacre porque estava no apartamento onde a família morava, no mesmo prédio em que funcionava a ONG Terr'Ativa.

Társio Wilson Ramirez, de 25 anos, que era menino de rua e estava na ONG há dez anos, levado por Delphine, confessou os crimes ao delegado Marcus Castro. Ele foi o primeiro a ser preso. Ele contou que há cerca de quatro anos estava dando um desfalque na Terr'Ativa. Társio era responsável pelos pagamentos da ONG (contas de luz, gás, telefone, contador e outras).

Por ter sido descoberto pelos patrões, Ramirez contratou Luis Gonzaga Gonçalves de Oliveira, de 27 anos, e José Michel Gonçalves Cardoso, de 25, para se livrar dos franceses. Segundo reportagem da Rádio CBN, o funcionário da ONG teria prometido R$ 2 mil para cada um pelo serviço.

A ONG dos franceses desenvolvia projetos com menores carentes. Társio Ramirez, o funcionário que comandou o massacre, foi ajudado pela ONG quando tinha 15 anos. Desde então trabalhava na instituição.

Policiais ficaram chocados

A brutalidade do crime impressionou os policiais que fizeram a perícia no local. Havia uma cena de terror: sangue por todos os lados e vítimas com cortes profundos. Cristian e Delphine sofreram cortes que quase arrancaram seus pescoços. Jérôme, que residia no décimo andar do prédio (o casal morava no nono e a ONG funcionava no terceiro), foi amarrado a uma cadeira e chegou a ser torturado pelos criminosos. O apartamento onde funcionava a ONG estava com gavetas e armários revirados. Havia roupas espalhadas pelo chão. Um cofre foi roubado.

Na segunda-feira, o grupo comprou máscaras de bate-bola (fantasia de carnaval), luvas cirúrgicas e facas na Rua Uruguaiana, no centro do Rio. O crime ocorreu por volta de 8h desta terça-feira no terceiro andar do prédio 55 da Rua Ronald de Carvalho. Os criminosos foram até o prédio e se identificaram como técnicos em informática.

Gritos abafados e distantes

No momento do crime, um pintor que trabalha numa obra próxima ao prédio ouviu gritos abafados e avisou ao porteiro do edifício. Logo em seguida, Társio, que tinha subido no prédio com os outros criminosos, tentou sair do edifício com manchas de sangue pelo corpo. Segundo o pintor, o funcionário explicou que havia se cortado com o computador. Mas Társio foi impedido de sair do prédio. Quando a polícia chegou, encaminhou o suspeito para a Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon. Gonzaga foi preso no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste.

Um colaborador da ONG que não quis se identificar disse que a morte do casal foi uma enorme perda. Os dois vieram do exterior para fazer trabalho social no Brasil e atuavam com crianças carentes em Copacabana. Os franceses moravam no Rio de Janeiro há 12 anos.

O filho de Delphine e Christian, de dois anos, tinha sido levado levado para o Conselho Tutelar da prefeitura na Zona Sul. A avó da criança, que mora em Paris, foi avisada do crime e está a caminho do Brasil. Um casal amigo dos franceses mortos ficou com a guarda da criança até a chegada da avó.

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