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O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), David Falcão, disse nesta quinta-feira que uma das dificuldades da instituição para uma fiscalização mais efetiva é o rastreamento de contas, que não está legalmente previsto entre as atribuições do BC. Falcão respondia a pergunta do sub-relator de normas de combate à corrupção da CPI dos Correios, deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), que lembrou a grande movimentação financeira do empresário Marcos Valério de Souza.

Falcão acrescentou que atualmente cabe ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) exercer a inteligência nos casos de lavagem de dinheiro. Porém, lembrou que, como se viu, "o alarme não tocou e a inteligência não foi suficiente para identificar irregularidades".

Lorenzoni perguntou se a diminuição do limite de recursos movimentados para a comunicação obrigatória ao Coaf, que hoje é de R$ 100 mil, não contribuiria para melhorar a fiscalização. O analista do Banco Central Paulo Eduardo de Freitas, que está cedido à CPI dos Correios, concorda com a idéia.

- Isso contribuiria positivamente, por favorecer o processo de localização de irregularidades - afirmou.

Freitas assinalou, contudo, que seriam necessários mecanismos para viabilizar essa redução, pelo fato de que a medida acarretaria aumento do volume de trabalho. David Falcão acrescentou que há hoje mais de 150 milhões de contas no país, e explicou que rastrear o que é lícito e ilícito é muito difícil.

- Isso reforça a idéia de que é preciso desenvolver um trabalho de inteligência - ressaltou.

Segundo Falcão, está sendo criado no BC o cadastro único de correntistas que terá a função de registrar todas as contas existentes. Com essa medida, disse, será possível identificar com maior precisão e velocidade as movimentações.

- Mas o cadastro em si só, não resolve, apenas facilita - alertou.

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