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Carli: cunhado do primeiro-secretário da Assembleia | Henry Milleo/Arquivo/ Gazeta do Povo
Carli: cunhado do primeiro-secretário da Assembleia| Foto: Henry Milleo/Arquivo/ Gazeta do Povo

Político no Paraná há mais de duas décadas, Luiz Fernando Ribas Carli (PP) esteve perto de ser funcionário da Assembleia Legislativa pouco depois de deixar o cargo de prefeito de Guarapuava (Centro-Sul do estado), há menos de dois meses. No último dia 29 de janeiro, a Casa solicitou a cessão de Carli ao governo do estado, já que ele é servidor efetivo da Secretaria de Segurança Pública (Sesp). O pedido, porém, foi revogado dias depois, após a Gazeta do Povo questionar o Legislativo estadual a respeito do assunto.

Ex-prefeito, ex-deputado federal, ex-deputado estadual e ex-secretário de Estado da Casa Civil, Carli exerceu mandatos eletivos por quase 20 anos em sequên­cia, entre 1995 e o ano passado – antes, havia governado Guarapuava entre 1989 e 1992. Formado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), ele é perito oficial do Instituto Médico Legal, com lotação em Curitiba.

O site do governo paranaense não informa desde quando Carli é funcionário efetivo do poder público estadual. Se a sua entrada no quadro funcional do Executivo tiver ocorrido antes de 1995, quando passou a exercer mandatos eletivos em sequência, é possível concluir que, desde então, ele permaneceu afastado das funções profissionais na Sesp. Agora, ele teria de retornar à secretaria, uma vez que não tem mais mandato nem está nomeado em nenhum cargo público comissionado.

No entanto, seu afastamento da pasta continuaria ocorrendo graças ao pedido da Assembleia ao governo do estado, publicado em Diário Oficial no último dia 29 de janeiro, para que Carli fosse cedido ao Legislativo ao longo deste ano. Após a publicação do ato, a reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria de imprensa da Casa questionando os motivos do pedido – uma vez que servidores efetivos da Assembleia estão cedidos a outros órgãos sob a justificativa de que não há espaço ou função para eles no Legislativo. No mesmo dia da consulta, a Casa anunciou que o pedido de cessão funcional seria revogado – o que foi publicado no Diário Oficial do último dia 19 de fevereiro.

Justificativas

Primeiro-secretário da Casa, Plauto Miró (DEM) disse que foi o próprio Carli, de quem é cunhado, que se colocou à disposição para trabalhar no Legislativo. "Ele deixou de ser prefeito e existiu a possibilidade de vir assessorar as comissões da Casa, principalmente nos temas relacionados à área da saúde", argumentou.

Entretanto, segundo o parlamentar, diante da polêmica e dos questionamentos em torno do assunto, eles preferiram recuar da decisão. "Era uma situação polêmica e achamos por bem não dar continuidade a isso para termos uma tranquilidade maior."

Procurado desde a última quinta-feira, Carli não foi encontrado pela reportagem para comentar o caso.

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