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"A gente comprava nota. Muitos [comunicadores] que não têm empresa compram nota de uma empresa de publicidade." Algaci Túlio (PMDB), vereador. | Antônio More/ Gazeta do Povo
"A gente comprava nota. Muitos [comunicadores] que não têm empresa compram nota de uma empresa de publicidade." Algaci Túlio (PMDB), vereador.| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

O PMDB de Curitiba deve definir até a próxima sexta-feira (29) o futuro do vereador Algaci Túlio, alvo de uma ação que pede que ele seja expulso do partido. Algaci foi um dos vereadores citados na série "Negócio Fechado", da Gazeta do Povo e da RPC-TV, que denunciou um esquema que envolvia a destinação de verbas de publicidade da Câmara a veículos de comunicação ligados a vereadores. Nesta sexta-feira (22), vieram à tona novas denúncias envolvendo o vereador.

O processo que tramita do Conselho de Ética do PMDB deveria ser concluído nesta semana, mas teve que ser adiado. Segundo o secretário-geral do partido, Doático Santos, as testemunhas mencionadas por Algaci Túlio não foram localizadas e, por isso, não puderam ser notificadas oficialmente. Elas devem ser ouvidas na próxima terça-feira (26). "Depois disso, o Conselho conclui o relatório, que será submetido à votação", explicou.

A redação do relatório da comissão será feita por Fátima Giacob. O texto final deve ser submetido aos cinco membros do Conselho que decidem, por maioria simples, se Algaci Túlio será ou não expulso do PMDB. "Cabe ao partido dar condições para que a Comissão de Ética cumpra sua função. Não temos que falar, temos que fazer", disse Santos. A Gazeta do Povo entrou em contato por telefone com Algaci Túlio, mas ele disse que não queria se manifestar.

Novas denúncias

Nesta sexta-feira, o nome do vereador voltou a ser mencionado em denúncias envolvendo dinheiro público. Matéria veiculada pela emissora RIC-TV traz entrevistas com dois supostos ex-funcionários do gabinete de Algaci Túlio, que afirmam que eram obrigados a devolver a maior parte dos salários à mulher do vereador.

Na próxima semana, o Conselho de Ética do PMDB deve ser comunicado oficialmente sobre essa notícia, mas por enquanto, não há um novo processo contra o vereador. Apesar disso, as novas denúncias causaram constrangimento ao partido.

"Tudo isso nos causa preocupação, porque acaba envolvendo a legenda e no processo que estamos, o partido precisa ter toda a sua atividade esclarecida à população", disse Doático Santos.

Devolução de dinheiro

Um dos entrevistados pela RIC-TV ocupava um cargo cujo salário era de R$ 3,8 mil, mas só ficava com R$ 500. Na entrevista, ele afirma ter sido demitido após parar de "devolver" parte do dinheiro a Raquel Túlio, mulher de Algaci. "Eu parei de devolver, daí ela [Raquel] me mandou embora", disse.

Outra suposta ex-funcionária disse que ficava com apenas R$ 1,2 mil dos R$ 4 mil que deveria receber pelo trabalho no gabinete do vereador. "Todos se sentem coagidos. Fica a impressão de que você trabalha e tem que devolver dinheiro pra uma pessoa que não está trabalhando", afirmou.

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