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O ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, Eduardo Gaievski chega ao 3.º Disteito Policial em Curitiba | Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
O ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, Eduardo Gaievski chega ao 3.º Disteito Policial em Curitiba| Foto: Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • Ao chegar em Curitiba, Eduardo Gaievski disse apenas que era inocente e que não pensava em fugir para o Paraguai

Depois de uma semana foragido, o ex-prefeito de Realeza, cidade do Sudoeste do Paraná, e ex-assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, Eduardo Gaievski, foi preso na madrugada deste sábado (31) em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. Gaievski estava no apartamento de parentes e foi surpreendido por policiais civis.

O ex-assessor foi transferido para Curitiba e ao chegar à capital, por volta das 16h15, negou que estivesse tentando fugir para o Paraguai. "Sou inocente e vou me defender", disse antes de ser recolhido à cela do 3.º Distrito Policial, no bairro Mercês. Gaievski disse que "jamais" manteve relações sexuais com menores de idade e negou que tivesse a intenção de fugir para o Paraguai.

O delegado Rafael Vianna, responsável pela prisão, disse que Gaievski não ficará preso no 3.º Distrito Policial, mas não revelou para onde ele será transferido. Segundo Vianna, que teve apoio de policiais do Distrito Federal e de Santa Catarina na operação, o ex-prefeito foi transferido para Curitiba por uma questão de segurança. "Ele (Gaievski) está tranquilo e sereno e vai se defender ao longo do processo", comentou. De acordo com Vianna, Gaievski pediu para não falar com a imprensa na tarde deste sábado. "Ele vai conversar com o advogado e depois vai falar. No momento ele está muito cansado".

Gaievski foi afastado das funções no último sábado (24), um dia após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele é acusado de estupro de vulnerável. As investigações por parte do fórum e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu começaram há cerca de três anos. Embora o processo corra em segredo de justiça, depoimentos de vítimas – algumas menores de idade – publicados na revista Veja dão indícios de que o ex-assessor as obrigava a manter relações sexuais em troca de cargos ou dinheiro. Gaievski nega as acusações. Em entrevista à revista "Veja", declarou que é alvo de retaliação por membros do Ministério Público e que as denúncias foram "armadas".

Além da exoneração do cargo, ocorrida na segunda-feira (26), Eduardo Gaievski foi suspenso dos quadros do PT do Paraná. Ele havia sido nomeado assessor da Presidência em janeiro pela ministra Gleisi Hoffmann (PT).

O advogado de Gaievski, Rodrigo Biezus, confirmou a prisão e disse que não sabe onde o cliente dele está precisamente, mas irá encontrá-lo assim que for apresentado pela polícia. "Acredito que o Judiciário precisa garantir a integridade dele onde quer que ele seja apresentado", declarou por telefone, falando da cidade de Francisco Beltrão, também no Sudoeste do Paraná.

O caso

Na semana passada, policiais paranaenses fizeram buscas pelo ex-assessor em seu apartamento em Brasília e em seus endereços em Realeza. Os advogados do político tentavam obter a revogação da prisão.

O processo contra Gaievski corre em segredo de Justiça, por envolver menores de idade. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público em 2010, sob acusação de estupro de vulnerável e favorecimento de prostituição. Escutas telefônicas fundamentam a acusação.

Segundo o advogado de três das vítimas, Natalício Farias, as adolescentes relataram que recebiam entre R$ 150 e R$ 200 por "programa". Uma delas disse que teve que sair três vezes com o ex-prefeito para que conseguisse um emprego no município.

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