Em greve de fome há oito dias, Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB à Presidência, está lúcido e orientado, porém desidratado, com períodos alternados de prostração, sonolência, dores musculares, dor de cabeça e câimbras. É o que mostra o boletim médico divulgado nesta segunda-feira. Segundo o médico Abdu Neme, Garotinho continua sendo tratado por soro caseiro via oral. Na véspera, ele havia apresentado intolerância ao medicamento. O nível de pressão está estável, com períodos de hipotensão arterial.
De domingo até esta segunda-feira, o peemedebista perdeu 700 gramas. Ao todo, ele já emagreceu 6,3 Kg e está pesando 84,7 Kg.
- Não sei até quando poderá agüentar, mas caso chegue a uma situação de risco, terei que intervir - disse o médico.
Em entrevista na tarde deste domingo, Garotinho disse que vai disputar as prévias do PMDB, marcadas para o dia 13 de maio, e que vai vencê-las. Também fez um apelo religioso e político:
- Garanto que todos os brasileiros que vivem honestamente compreendem minha indignação e sabem que essa minha greve de fome, ou jejum por tempo indeterminado, foi o último recurso para defender minha honra e a verdade.
Abdu Neme e outros que, na manhã de domingo, tentaram ver Garotinho enfrentaram a resistência dos porteiros do prédio onde fica o diretório do PMDB, no Centro do Rio. Por ordem do síndico, a portaria foi fechada e ninguém estava autorizado a entrar. Durante a semana, proprietários e condôminos reclamaram do movimento, que estaria causando prejuízos e provocando pane nos elevadores. Deputados, assessores e correligionários passaram a manhã negociando com os porteiros.
O médico aguardou e foi autorizado a entrar. O candidato derrotado nas eleições de Campos Geraldo Pudim, o ex-secretário de Esporte e Lazer deputado Chiquinho da Mangueira, Álvaro Caetano, ex-presidente da Mangueira, e o prefeito de São Fidélis, David Loureiro, foram embora sem falar com Garotinho. Só às 15h correligionários e a imprensa puderam subir.
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