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rio de janeiro

Garotinho se nega a ser examinado por médico designado pela Justiça

“Eles chegaram de madrugada e lamentavelmente, ele (Garotinho) não aceitou, exigiu a presença do advogado, o que foi inviável, por conta do horário”, disse o médico particular do ex-governador

Transferência de Garotinho do Hospital Souza Aguiar para o presídio foi cercada de polêmica | Vladimir Platonow/Agência Brasil
Transferência de Garotinho do Hospital Souza Aguiar para o presídio foi cercada de polêmica (Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil)

Internado no Hospital Quinta D’Or, onde foi submetido neste domingo (20) a uma angioplastia, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) se recusou a ser examinado por um médico designado pela Justiça Eleitoral. O juiz Glaucenir Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, que decidiu pela sua prisão, havia determinado que ele fosse visto por um médico nomeado por ele, um “profissional isento”. O juiz justifica sua decisão questionando a idoneidade do médico particular de Garotinho, o cardiologista Marcial Raul Navarrete Uribe. Oliveira cita o fato de o médico ter sido excluído dos quadros do Ministério da Saúde este ano, por ter acumulado esta função com o serviço no âmbito estadual.

“Eles chegaram de madrugada e lamentavelmente, ele (Garotinho) não aceitou, exigiu a presença do advogado, o que foi inviável, por conta do horário. Foi uma decisão dele. Se eu estivesse lá, teria dito para ele fazer. Nada resiste à verdade. O perito já viu o vídeo do procedimento e o chefe da unidade coronariana deu acesso ao prontuário. Há doze anos ele tem mal-estar, dor no peito”, disse Uribe à reportagem.

A respeito da informação sobre sua dupla função no serviço público, o médico explicou que entrou via concurso público para o antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1975; para os quadros da Secretaria Estadual de Administração passou em 1978. “Na época isso era lícito. Depois passou a não ser, e cassaram minha aposentadoria. Estou no Superior Tribunal de Justiça lutando contra isso”, contou o médico, que atende Garotinho há cerca de três anos, mas não o via há um ano, por isso o classifica como um “paciente bissexto”.

Ele disse que foi chamado à carceragem da Polícia Federal (PF) na quarta-feira passada, quando Garotinho foi preso, e percebeu que seu quadro sugeria uma condição coronariana. Uribe acredita que Garotinho poderia ter sofrido um enfarte agudo caso não tivesse sido transferido para o Hospital Quinta D’Or, que é particular e bem aparelhado; antes, ele passara pelo Hospital Souza Aguiar, que é público, e a unidade de saúde do sistema penitenciário, em Bangu.

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