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Pedro Henrique e Nathan Henrique Rodrigues, de 11 meses, são sucesso absoluto em Costa Barros, onde moram. Assim como os gêmeos Kaydon e Layton, nascidos há quatro meses na Inglaterra, os irmãos cariocas têm a cor da pele diferente: um é louro como a mãe e o outro, negro como o pai. Em Botafogo, as gêmeas Beatriz e Maria Gaia Gerstner, de 2 anos e meio, são mais uma prova de que a miscigenação pode ter tornado a ocorrência de gêmeos com tonalidade de pele diferente não tão rara no Brasil.

- Isso não é raro no Brasil, por causa da miscigenação. Mas eles (os gêmeos), em geral, não têm características tão marcantes como os bebês ingleses. Além disso, o bebê clarinho pode escurecer um pouco com o tempo - diz o pediatra Vólgano Pulcheri, diretor da UTI neonatal do Hospital Miguel Couto.

Pai de Pedro e Nathan, o cabeleireiro Carlos Henrique da Fonseca, de 26 anos, conta que, quando os gêmeos nasceram, eles não notaram diferença na cor da pele:

- Mas já chamava a atenção o fato de o Pedro ter o olho azul e o cabelo quase branco. Já o Nathan nasceu careca e com o olho preto. Aos 2 meses, Nathan já tinha o cabelo preto. Então percebemos que um era branco e o outro, negro. Achamos o máximo! Quando saio com Pedro na rua, as pessoas olham e devem pensar: ’o filho do patrão e o segurança’ ou ’ele deve estar seqüestrando essa criança’ - diverte-se Carlos, que é negro e casado com a frentista Valéria Rodrigues, loura.

Descendente de escravos, Benedito Mariano Gaia, de 57 anos, conta que a filha Janaína casou-se com um neto de alemão. Então nasceram Maria, mulata como a mãe, e Beatriz, loura e de olhos claros, como o pai:

- É extremamente gratificante, um exercício de respeitar as diferenças de cada um. Maria é uma moleca e Beatriz, dengosa. Elas se completam.

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