Geraldo Cartário quer ser substituto da filha

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O deputado estadual Geraldo Cartário (PDT) fez ontem uma consulta ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para saber se pode substituir a filha Tuca Cartário na disputa pela prefeitura de Fazenda Rio Grande. Tuca foi vítima de tentativa de assassinato após sair de uma reunião política, no domingo à noite. Uma bala atingiu o ombro da candidata, que foi hospitalizada e passa bem.

O desejo de Cartário de ser o candidato do PDT em Fazenda Rio Grande, porém, esbarra na Legislação Eleitoral. Ele teria o domicílio eleitoral em Curitiba, situação que, se confirmada, impede a sua candidatura por falta de prazo legal para fazer a transferência para Fazenda Rio Grande.

"É uma questão simples que o TRE tem de resolver", disse o deputado, sem esclarecer detalhes sobre seu domicílio eleitoral.

Quanto à continuidade de Tuca na disputa pela prefeitura, caso o TRE negue o pedido de substituição, Cartário afirmou que a desistência da filha é certa. "Ela não tem condições de enfrentar esses assassinos", disse ontem à noite.

Pela manhã, no entanto, ao anunciar a saída de Tuca da disputa, o deputado havia cogitado a possibilidade de abandonar a política após terminar o mandato na Assembléia. "Estou preocupado, porque já mataram meu braço direito (Adão Carvalho) muito cruelmente", afirmou Cartário. Em 2007, o vereador de Mandirituba Adão Carvalho foi encontrado baleado e carbonizado.

O deputado afirmou que há indícios de que sua filha tenha sofrido um atentado político. "Como sei que quem encomenda um crime não se satisfaz pela metade, decidimos que ela deixará a eleição", declarou.

Apesar do anúncio da desistência, Tuca não sabia, até ontem à noite, da decisão do pai, que e o coordenador de sua campanha. "Ela vai aceitar porque é mãe e tem compromisso com os três filhos, que precisam muito dela", argumentou o deputado.

Além de Tuca, quatro outros candidatos disputam as eleições em Fazenda Rio Grande: Chico Santos (PSDB), Doutor Zarpelon (PPS), Onildo Cordova (DEM) e Professor Leslie (PT).

Suspeita

Para Cartário, o recebimento de uma correspondência anônima deixa clara a hipótese de motivações políticas no atentado contra sua filha. Ele disse ter recebido um CD-ROM na semana passada, contendo gravações de conversas de pessoas que assumem ter dado quatro tiros em um balão com o logotipo do PDT, em frente à sede do comitê de campanha em Fazenda Rio Grande. "Quem atira em um balão, assumindo o risco de acertar as casas que existem ao redor do comitê, pode também atirar em uma pessoa."

Cartário disse ter reconhecido a voz de uma das pessoas da gravação e resolveu enviar o material para a Justiça na semana passada, para verificar se há crime eleitoral.