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Em reunião com cerca de 150 militantes do PT, na noite desta segunda-feira, o ex-ministro Gilberto Carvalho defendeu o ex-ministro José Dirceu, afirmando que as acusações contra ele na Operação Lava Jato, assim como as do mensalão, seriam uma tentativa da oposição de criminalizar o partido e impedir uma candidatura do ex-presidente Lula à Presidência em 2018.

"Eles querem nos levar para as barras dos tribunais. O envolvimento do Zé (Dirceu) agora de novo é tudo na mesma perspectiva. E a leitura que se impõe diariamente na cabeça do nosso povo é essa de que a corrupção nasce conosco e por isso não temos condição de continuar governando o país", disse Gilberto, um dos petistas mais próximos de Lula.

A reportagem do jornal O Globo acompanhou o evento, fechado para a militância, na sede do partido, em Brasília. Em prisão domiciliar por causa do mensalão, Dirceu voltou a virar notícia na última semana. Condenado por corrupção, o ex-ministro da Casa Civil agora passou a ter os negócios de sua empresa JD Consultoria devassados. A Justiça Federal do Paraná quebrou o sigilo da JD por conta dos pagamentos que recebeu de grandes empreiteiras investigadas na Lava Jato, que apura desvios bilionários na Petrobras. Dirceu nega qualquer vinculação com a estatal.

Carvalho tratou o momento atual como de crise e disse que o objetivo da oposição seria de "inviabilizar" a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018.

"Tem uma central de inteligência disposta a fazer o ataque definitivo ao Partido dos Trabalhadores e nosso projeto popular. Não vamos subestimar a capacidade deles para nos criminalizar, nos identificar com o roubo, para nos chamar de ladrão, para tentar impingir em nós uma separação definitiva em relação à classe média, para tentar nos isolar e inviabilizar em 2018 a candidatura do Lula, seja politicamente, seja judicialmente", disse Gilberto, que foi aplaudido várias vezes.

O ex-ministro descreveu o escândalo como uma ação das empreiteiras para corromper funcionários da petroleira e minimizou as doações de campanha.

"São empresas que se unem e corrompem funcionários de uma estatal para auferir lucros, fazer lavagem de dinheiro. A contribuição política é apenas um pequeno capítulo do grande crime que é todo o processo do acerto entre as empresas que fazem seu cartel, como fizeram no metrô em São Paulo e fazem na Petrobras."

A Operação Lava Jato, da Polícia Federal, investiga o pagamento de propina para a obtenção de contratos da Petrobras. De acordo com depoimentos do ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa, uma parte do dinheiro seria repassado para partidos políticos da base de sustentação do governo Dilma Rousseff.

Ele pediu à militância que não faça críticas públicas ao governo Dilma, para não colocar "água no moinho" da oposição e da grande mídia, e pediu também paciência principalmente com a política econômica. O petista lembrou que as medidas de ajuste do início do governo Lula foram até piores e que seriam necessárias para garantir a manutenção dos programas sociais e garantir o crescimento econômico do país.

"Se a gente baixar a cabeça, se a gente se acadelar, ter medo deles, eles vão passar por cima de nós, eles vão provocar uma derrota não ao partido, mas aos mais pobres, aos excluídos", disse.

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