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No depoimento que prestou à Polícia Federal, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes afirmou que durante recentes operações policiais foram feitas escutas telefônicas e monitoramento de ministros responsáveis por relatar ações sobre esses inquéritos.

Uma dessas operações foi a Satiagraha, que apurou suspeitas de desvio de recursos públicos e crimes financeiros. Entre os presos na investigação estava o empresário Daniel Dantas, que foi solto duas vezes por ordem de Gilmar Mendes.

Na mesma época, Mendes foi vítima de um grampo telefônico e o fato é investigado pela PF. Um telefonema entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) teria sido gravado Surgiram suspeitas de participação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a cúpula do órgão foi afastada.

"Tanto no caso da Operação Navalha, quanto na Operação Satiagraha, revela-se o mesmo modus operandi. Por um lado, realizam-se escutas e monitoramento do relator dos habeas-corpus, por outro, divulgam-se para a imprensa falsas notícias e informações, com o propósito de colocar o juiz em situação de descrédito e intimidação", afirmou Mendes durante o depoimento.

Mendes enviou um ofício ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pedindo que sejam investigados os recentes vazamento e divulgação de informações que segundo ele são inverídicas, difamantes e injuriosas contra assessores de seu gabinete na Presidência do STF.

Essas notícias inverídicas às quais Mendes se referiu seriam a respeito de um suposto jantar entre assessores do STF e advogados de Daniel Dantas em Brasília. Imagens desse jantar teriam sido gravadas. Conforme reportagem publicada pela revista 'IstoÉ', na conversa teria sido usada a expressão "um milhão de dólares".

Segundo Gilmar Mendes, o vazamento e a divulgação dessa história, que segundo ele é inverídica, teria o objetivo de intimidar e colocar em descrédito o STF. Mendes afirmou que a Abin, a Procuradoria Geral da República e o delegado da PF Protógenes Queiroz, responsável pelas investigações da Satiagraha, já negaram a existência desses supostos fatos.

"Com base nestes fatos, que conclui suficientes para por cabo a qualquer suspeita quanto à lisura da atuação de minha assessoria e quanto à existência de indevida investigação, dei por superada a questão", afirmou Mendes no ofício enviado ao procurador-geral.

Assim como Mendes, os principais assessores da Presidência enviaram um pedido ao procurador-geral para que sejam apuradas as responsabilidades na divulgação das informações que, segundo eles, são difamantes, caluniosas e injuriosas.

Investigações

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, esteve hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) conversando com Gilmar Mendes sobre o inquérito que apura a interceptação ilícita de uma conversa telefônica entre o ministro e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo Corrêa, ao contrário do que tem sido divulgado, as investigações estão avançando.

Atualmente, existem três inquéritos para apurar suspeitas de irregularidades em operações policiais. Um desses inquéritos, investiga o grampo sofrido por Gilmar Mendes.

Em setembro de 2007, época em que ocorreu a Operação Navalha, Mendes disse que recebeu uma ligação de uma jornalista perguntando sobre uma conversa telefônica que ele tinha tido cerca de duas horas antes com o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Na conversa, Mendes sinalizou a Souza que soltaria os presos na Operação Navalha.

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