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Atualizado em 22/01/2006 às 19h31

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou nesta segunda-feira a ocorrência de uma falha em um lote de urnas eletrônicas utilizadas durante as últimas eleições para governador de Alagoas. Denunciado pelo candidato derrotado, deputado João Lyra (PTB), o problema, no entanto, não teria influenciado o resultado final. No entanto, a coligação partidária que apoiou João Lyra já move dois processos no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) local, pedindo a anulação da eleição para governador do estado e a impugnação do mandato do governador recém-empossado.

Para Lyra, "alguma coisa de inteiramente anormal aconteceu" durante as últimas eleições.

- Tínhamos uma situação consolidada aqui no estado, com maioria (de votos). A eleição ocorreu e os resultados, estapafúrdios, foram completamente outros. É preciso deixar bem claro que o que solicitamos foi uma verificação no processo eleitoral para governador. Nunca nos queixamos das urnas, que foram bem feitas (desenvolvidas), mas que não passam de um computador que pode ser manipulado por qualquer pessoa - diz Lyra.

Lyra diz ainda não ter conversado com o atual governador, mas não duvida da anulação do resultado.

- Tenho certeza de que vai haver justiça. Se o TSE decidir pela anulação, nós vamos disputar uma outra eleição. E se for a impugnação, o segundo colocado automaticamente é empossado.

As falhas nas urnas foram detectadas por um estudo do professor Clóvis Torres Fernandes, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos (SP), contratada pela coligação do parlamentar. O estudo mostra que houve perda de dados de alguns arquivos chamados de "logs", que registram todos os acontecimentos ocorridos na máquina, como, por exemplo, a hora em que foi ligada e desligada. De acordo com o deputado, o estudo do ITA teria indicado que 35% das urnas eletrônicas apresentaram problemas.

- Nós queremos uma análise interna completa destas urnas - cobrou o deputado.

O TSE informou que os problemas detectados em algumas urnas correspondem a um percentual muito baixo e não põem em risco o resultado da disputa para governador. Segundo a assessoria do tribunal, algumas urnas mais antigas não eram compatíveis com o programa adotado nas últimas eleições. Isso acarretou erros na impressão do relatório que é entregue aos partidos. Diante da denúncia, o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, decidiu contratar uma perícia técnica nas urnas, feita pela Unicamp.

O TSE, contudo, diz que todos os votos foram devidamente contabilizados, como defendeu nesta segunda-feira o governador eleito, Teotônio Vilela Filho (PSDB). Teotônio disse que o estudo que demonstrou o sumiço de cerca de 20 mil votos nas eleições no estado "não significam que houve fraude".

- Este é um gesto típico de quem não é democrata e não aceita o resultado das eleições, que transcorreram em absoluta normalidade - afirmou, ao chegar ao Palácio do Planalto para a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Teotônio afirmou não saber por que os votos desapareceram.

- É preciso que se pergunte ao TSE. Se houve falha técnica, o problema não é comigo. Não houve fraude.

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