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O governador Sérgio Cabral, do Rio de janeiro, mudou sua posição em relação a participação do exército no policiamento da cidade. Cabral, que antes pedia o envio das Forças Armadas, afirmou, na terça-feira (31), que conta apenas com o apoio logístico dos militares. O governador se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, na próxima quinta-feira (2).

"Não adianta ficar numa briga quixotesca com as Forças Armadas. Conversarei com o ministro Nelson Jobim (da Defesa) e com o presidente Lula na quinta-feira. As Forças Armadas podem contribuir com apoio logístico, como transporte de tropas, caminhões, ônibus, armamentos. Mas não consigo entender por que não podem fazer o policiamento ostensivo no entorno de suas unidades, que são muitas".

Força Nacional não tem prazo definido para deixar o Rio

O governador Sérgio Cabral anunciou ainda que 2.400 homens da Força Nacional de Segurança (FNS), que fizeram o reforço do patrulhamento durante o Pan, permanecerão no Rio até o fim da primeira fase da desmobilização do efetivo. Tanto ele como a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), no entanto, não informaram por quanto tempo esse contingente ficará na cidade. Fontes afirmam que o período coincidirá com o do Parapan, a ser realizado entre os dias 12 e 19 deste mês.

Satisfeito com a contribuição federal para a segurança, o governador informou que 550 dos 1.500 carros que a Senasp comprou para o esquema de segurança dos jogos ficarão no Rio. O restante será distribuído a outros estados. Além disso, Cabral afirmou que comprará para a polícia, em dois meses, 1.500 veículos, cuja manutenção será terceirizada.

"A Senasp vai desmobilizando os efetivos, mas isso não será sentido nas ruas, porque todos os que faziam o policiamento ostensivo, cerca de 2.400 homens da FNS, continuarão trabalhando conosco na primeira fase. O ministro da Justiça, Tarso Genro, garantiu que teremos cerca de 300 homens da Polícia Rodoviária Federal nas rodovias federais. Temos que trabalhar no que é possível", disse o governador, que estava acompanhado do secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.

De acordo com o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, mais importante do que discutir o número de policiais que ficarão na cidade é criar as condições necessárias para que o Rio seja auto-suficiente. Ele informou ainda que o embarque de homens da FNS de volta aos seus estados de origem já começou.

"Todo o investimento não visou ao Pan, mas ao Rio. Não podemos, a cada grande evento, parar o país e discutir orçamento, por inexistência de infra-estrutura. A idéia é deixar o Rio dotado da capacidade de suportar qualquer evento no futuro. Nossa demanda de inteligência e de operações vai determinar o quantitativo (da FNS) de que precisamos. Não vamos manter uma capacidade ociosa, porque onera a todos".

Centro de Informações ainda tem limitações

A permanência de parte do efetivo policial no Rio deve agradar a população carioca. Havia um temor que, com a saída dos homens da Força Nacional do estado, a violência voltasse a aumentar. Durante o Pan, um levantamento feito pelas delegacias próximas aos locais de competição confirmou o sentimento da maioria das pessoas nas ruas: alguns índices de violência diminuíram em relação ao mesmo período do ano passado. O número de homicídios caiu 5%, os assaltos a pedestres diminuíram 17% e os roubos de carros, 36%. O único índice que subiu foi o roubo a residência, com aumento de 19%.

Mas de acordo com a coluna Extra, Extra, da jornalista Berenice Seara, do Jornal Extra, nem tudo funcionou às mil maravilhas nessas duas semanas do Pan. De acordo com a colunista, o Centro Tecnológico de Informações, que custou R$ 161 milhões, que controla as câmeras espalhadas pela cidade, só monitora a região do Centro. Além disso, as câmeras são fixas.

No núcleo de segurança da Zona Sul, baseado no batalhão da PM de Copacabana, representantes da Força Nacional, da Polícia Federal, da Polícia Civil e da PM passaram os dias do Pan vendo monitores apagados. Ainda de acordo com a coluna, os rádios criptografados, que custaram R$ 48 milhões, não funcionam em muitas ruas, pois não foram instaladas antenas repetidoras e com isso, cerca de 50% do estado caiu em área de sombra.

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