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Roberto Requião alfinetou o STF por causa do afastamento do irmão do cargo no TC | SECS
Roberto Requião alfinetou o STF por causa do afastamento do irmão do cargo no TC| Foto: SECS

Na reunião semanal do governo estadual realizada ontem, o governador Roberto Requião (PMDB) criticou dois órgãos que interferiram recentemente no trabalho de dois parentes seus. Requião reclamou do tratamento dado pelo Ministério da Cultura ao Museu Oscar Niemeyer (MON) e alfinetou o Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações do governador serão analisadas pelo Ministério Público Federal (MPF), que quer saber se ele descumpriu decisão da Justiça Federal que o proíbe de fazer promoção pessoal e criticar desafetos na TV Educativa, que transmite a Escola de Governo.

No ano passado, o governador foi multado em cerca de R$ 650 mil por críticas feitas durante as reuniões semanais – foram apresentados recursos, e o processo ainda está tramitando. Ontem, Requião criticou o Ministério da Cultura após defender o trabalho de sua mulher, Maristela Requião, frente ao MON. Ela é alvo de investigação do MPF porque preside a entidade Sociedade dos Amigos do Museu Oscar Niemeyer – uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Como ela é servidora pública, não poderia administrar a Oscip.

Na escolinha de governo de ontem, foi apresentado um vídeo de nove minutos de duração sobre as atividades promovidas pelo MON nos últimos dois anos. De acordo com a apresentação, foram " 25 exposições nacionais e internacionais e mais de 190 mil visitantes em dois anos". Requião ironizou: "Foram essas as irregularidades cometidas pelo MON". Depois, ele leu um documento enviado pelo Ministério da Cultura, que informa que não seriam mais liberados recursos para projetos do MON "por excessos de projetos já aprovados". "Resolveram punir o MON porque ele está trabalhando mais que os outros museus", disse o governador.

Conflitos agrários

Durante a reunião de ontem, o governador recebeu a informação de que "15 mil agricultores foram mortos nos últimos anos em conflitos por terra". Por conta disso, ele criticou o presidente do STF, Gilmar Mendes. Sem nomeá-lo, Requião disse nunca ter visto "um presidente do Supremo Tribunal publicamente levantar a voz para pôr um freio nessa mortandade do campo".

Há duas semanas, Mendes disse que é ilegal o repasse de dinheiro público a movimentos que invadem terras. Requião frisou que o homicídio de quatro guardas por integrantes do MST, em Pernambuco, foi "horror", mas que considera pior a "mobilização da ultradireita brasileira".

Além da questão agrária, outro fato recente coloca o STF como "inimigo" de Requião. Na semana passada, o tribunal determinou que o irmão do governador, Maurício Requião, deixasse o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

A assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal informou que o ministro Gilmar Mendes não iria comentar as críticas de Requião. O Ministério da Cultura foi procurado e questionado a respeito da liberação de recursos para o MON, mas não houve retorno.

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