• Carregando...
Humberto Costa: petista diz que não há necessidade de levar caso ao STF novamente | Pedro França/Ag. Senado
Humberto Costa: petista diz que não há necessidade de levar caso ao STF novamente| Foto: Pedro França/Ag. Senado

Piraquara

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deverá ser transferido hoje para a Penitenciária Central do Estado, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Costa foi preso no mês passado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo fornecedores da Petrobras. Desde então, ele está preso na carceragem da PF, na capital paranaense. Na sexta-feira, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou a transferência de Costa para um presídio comum.

Na semana em que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras deve ser instalada no Senado, a oposição promete brigar para que o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acate a interpretação de que a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), vale também para a instalação da comissão mista (CPMI). A diferença é que, caso a oposição consiga instalar a CPMI, além de 13 senadores, 13 deputados participarão da investigação.

Na visão dos governistas, a decisão da ministra se refere apenas à criação da CPI e, portanto, a instalação de uma CPMI ainda dependeria de outra discussão. Já os oposicionistas destacam que a CPMI cumpriu todos os critérios regimentais exigidos e que não há argumento jurídico que impeça os deputados de participarem da investigação. "A CPMI tem um peso político novo. Não podemos desprezar o apoio de 230 deputados", afirmou o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP).

A liderança do DEM na Câmara dos Deputado ameaça levar a questão mais uma vez ao Supremo caso Renan opte pela CPI restrita aos senadores. A posição do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), tem o respaldo dos senadores da oposição. "O Renan não vai querer se expor a uma nova derrota no Judiciário. Mas é uma decisão dele", comentou o líder tucano.

O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), lembra que o pedido de criação da CPMI já foi lido na última sessão do Congresso, mas admite que a oposição pode não insistir na instalação da CPMI para não perder tempo. "Uma CPI está determinada. Superados os impasses, a prioridade será a CPMI. Se o Renan procrastinar a CPMI, vamos focar na CPI", disse Agripino ao Broadcast Político.

Uma vez determinada a instalação da CPI pelo STF, a base aliada defende que a investigação fique só no Senado. "Então por que não entraram no Supremo para instalar a CPMI?", questiona o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE). "O que foi decidido pelo Supremo foi a CPI do Senado. Não vamos aguardar o Supremo receber uma ação de CPMI. Vamos tocar essa que já está apresentada", concordou o líder do PT, Humberto Costa (PE).

Estatal temia depoimento de Dilma nos EUA

Agência O Globo

Documento interno assinado por dois gerentes-executivos da Petrobras e endereçado à presidente da empresa, Maria das Graças Foster, com data de 4 de junho de 2012, demonstra que a estatal estava preocupada com prejuízos à sua imagem e, por isso, queria pôr fim o mais rapidamente possível à disputa judicial que se arrastava desde 2008 com a companhia belga Astra Oil sobre a refinaria de Pasadena, no Texas.

Uma das preocupações da diretoria, segundo ofício encaminhado a Graça Foster, era "proteger os administradores, ex-administradores e executivos de uma eventual exposição". A presidente Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da Petrobras em 2006, quando foi autorizada a compra de Pasadena. Nestor Cerveró era diretor da área internacional na época e sugeriu a transação ao conselho.

O temor da Petrobras era motivado pelo fato de que a disputa entre as ex-sócias envolvia diversas ações judiciais nos Estados Unidos, e, assim, os administradores e ex-administradores poderiam ser chamados a prestar esclarecimentos à Justiça americana. Hipoteticamente, portanto, se a disputa jurídica entre Petrobras e Astra continuasse, Dilma e Cerveró poderiam ser chamados a depor nos EUA.

A assessoria de imprensa da Petrobras informou que "não houve nem há ação judicial contra executivos da companhia no caso Pasadena". A assessoria também negou que a intenção de encerrar logo a contenda com a Astra foi proteger a imagem de Dilma. Ainda segundo os assessores, a empresa não fez nenhum levantamento sobre os prejuízos à sua imagem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]