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O governo admitiu que o crescimento econômico de 2,9%, registrado em 2006, ficou abaixo das necessidades do país, mas acima das estimativas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta quarta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) relativo ao ano passado .

Em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o número ficou acima das previsões. De acordo com o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, as instituições financeiras previam crescimento de 2,73%.

— É maior do que aquele que os analistas previam, menor que aquele que eu desejo e menor do que o Brasil deseja. Agora é importante lembrar que nós só podemos falar em crescimento hoje porque a economia brasileira está arrumada — disse Lula.

— O resultado está aquém do que o país precisa e do que nós gostaríamos, mas foi maior do que os analistas econômicos estavam projetando — ratificou, por sua vez, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Segundo um estudo da da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) , o crescimento da economia brasileira em 2006 só ficou acima do registrado pelo Haiti.

Apesar de admitir que o número ficou aquém do desejado o diretor da Cepal no Brasil, Renato Baumann destacou que comparar dados macroeconômicos entre países pode dar margens a interpretações equivocadas .

Baumann citou os exemplos chinês e americano para ilustrar como algumas comparações podem ser, no mínimo, questionáveis.

— A China tem crescido a dois dígitos ao ano, 10%, 12%, e todos ficam felizes. Os Estados Unidos crescem 3% ao ano e todos ficam felizes, também. E sem fazer comparações com a China, porque a estrutura produtiva americana é sabidamente bem mais complexa e poderosa do que a economia chinesa, em que pese a rápida aproximação dos chineses — frisou.

O crescimento brasileiro equivale ao dos países desenvolvidos (2,9%, segundo a Cepal), que naturalmente crescem menos. Os ricos cresceram menos da metade dos países em desenvolvimento pelo sexto ano seguido.

O Brasil está abaixo da estimativa mundial (3,8%), da América Latina e Caribe (5,3%), da África (5,6%) e da China (10,2%). Também perde para os Estados Unidos (3,3%) e tem ligeira vantagem sobre Japão (2,8%) e a zona do euro (2,5%).

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a elevação de 1,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2006 mostra que a economia sentiu o efeito da redução dos juros somente no final do ano e pode crescer mais em 2007.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (28) que o PIB cresceu 2,9% no ano passado, com aceleração nos últimos três meses: 1,1%, o que daria uma taxa "anualizada" de 4,4%. O cenário previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é de 4,5% para 2007.

No decorrer de 2006, a taxa básica de juros (Selic) caiu mais de cinco pontos percentuais, de 18,5% para 13,25% - no final de janeiro deste ano, caiu para 13%, a taxa atual.

— Agora é que estamos colhendo os frutos dessa redução, que é gradual, mas cria impacto positivo a médio prazo — ressaltou Mantega após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília.

Segundo ele, a continuidade da queda dos juros surtirá mais efeitos.

— A economia brasileira passou de um ano para outro em ritmo acelerado. Tudo indica que podemos manter esse nível de expansão até o final do ano — acrescentou.

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