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Ao sair da reunião de líderes da base aliada na Câmara, o líder interino do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), disse que a orientação do governo é pôr em votação a Medida Provisória 291, que reajusta em 5% as aposentadorias e pensões acima de um salário-mínimo, mesmo com o risco de derrota. Beto Albuquerque conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta terça-feira e depois com os ministros Nelson Machado, da Previdência, Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Tarso Genro, das Relações Institucionais. Nas reuniões, ficou decidido que é preciso votar a MP, mesmo sem acordo.

O líder do governo, no entanto, reconheceu que o grande problema para votar a MP nesta terça-feira é o quórum. São necessários pelo menos 257 deputados em plenário para iniciar uma votação e até as 14h só havia 191 presenças registradas na Casa. O líder acusou a oposição de tentar desgastar o governo e de aumentar o déficit da Previdência para mais tarde privatizá-la.

- Vamos enfrentar hoje aqui dificuldade com quórum. É uma questão de lógica, de bom senso. Lula é um presidente com responsabilidade fiscal. A oposição está fazendo o jogo, evidentemente, de estourar a Previdência para depois fazer a privatização. Agora, o quórum é uma atitude de cada deputado. Aqui não é um rebanho em que o governo dá um grito e vem todo mundo - disse.

O líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE), reconheceu que dificilmente haverá quórum para votar a MP nesta terça-feira. José Múcio disse que ainda não sabe como vai orientar a votação da bancada porque o ônus dessa votação é muito pesado em ano eleitoral.

- A orientação do governo é votar, mas o quórum está baixíssimo. Uma Casa em que tem mais de 100 sob suspeita. Evidentemente não estão preocupados com pauta. Além disso, sabemos o ônus dessa votação. Essa votação sai do painel para as praças públicas. Ainda não sei como vou encaminhar, mas acho que não vamos votar por falta de quórum - disse.

Beto Albuquerque vai conversar com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, para que a matéria vá a votação. Já o líder do PT, Henrique Fontana (RS), disse que vai tentar um acordo com o PFL para que a votação seja simbólica, o que evitaria a identificação dos parlamentares que votarem a favor ou contra.

O PFL não abre mão de votar nominalmente a emenda dos 16,67%, uma forma de identificar os parlamentares, o que traria prejuízos consideráveis aos deputados em ano eleitoral. Se a oposição vencer, Lula seria obrigado a vetar o reajuste mais uma vez. O presidente já vetou o reajuste na MP que reajustou o salário-mínimo para R$ 350.

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