
Brasília - Preocupado com o possível desgaste com o PMDB, o Planalto correu ontem para desvincular o nome do ministro do Turismo, Pedro Novais, do escândalo que estourou em sua pasta que é anterior à atual gestão no órgão. Novais foi indicado pela legenda para o ministério e assumiu em janeiro.
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hofmann, disse por meio de sua assessoria que "não há nada contra Pedro Novais" nas investigações.
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também defendeu ontem o ministro. Ideli tentou "despartidarizar" os envolvidos. E destacou que as prisões atingiram pessoas de várias legendas, pouco antes de se reunir com a bancada do PMDB no Senado. Ela ainda lembrou que a operação investiga um convênio de 2009. "O convênio base da investigação é de 2009. Portanto, o ministro Pedro Novais não teria participação nesse convênio", disse.
Já o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), buscou tirar seu partido do foco. Afirmou que o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, um dos presos ontem, não era um nome exclusivamente ligado ao partido. Segundo ele, setores do PT também são responsáveis pela indicação. "A informação que eu tenho é que ele foi apoiado por setores do PMDB e também do PT. Houve também apelo de setores do partido da presidente nesta indicação", disse Raupp.
Assim como as duas ministras, Raupp destacou que até o momento as investigações não mostram envolvimento do ministro Pedro Novais no caso. "Esta ação não foi em cima do ministro do PMDB", disse ele.
O Ministério do Turismo divulgou nota ontem informando que o Pedro Novais solicitou ao ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, a instauração de uma Comissão de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para a apuração de possíveis irregularidades no convênio investigado pela Polícia Federal. A nota do ministério informa ainda que os servidores presos serão mantidos afastados de suas funções durante o prazo de investigação do PAD.
A oposição, porém, não se contentou com as explicações oficiais. O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR) anunciou que entrará com requerimento convocando o ministro do Turismo para esclarecer as denúncias que atingiram a pasta. Bueno afirmou que a nova denúncia reforça a necessidade de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a corrupção no governo federal.



