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José Richa Filho, secretário de Infraestrutura do Paraná | Wenderson Araújo/ Gazeta do Povo
José Richa Filho, secretário de Infraestrutura do Paraná| Foto: Wenderson Araújo/ Gazeta do Povo

No Congresso

"Medida dá eficiência aos portos", defende o senador Sérgio Souza

Em paralelo à reunião da bancada com os representantes do governo do estado, a comissão mista de senadores e deputados que analisa a MP realizou ontem a primeira reunião. O relator da proposta, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), sugeriu a realização de três semanas de audiências públicas sobre o texto, que vão começar a partir da próxima quarta-feira. A ideia é ouvir representantes dos trabalhadores portuários, empresários do setor e os ministros ligados ao tema. O peemedebista prometeu entregar o relatório até o dia 3 de abril.

Único paranaense na comissão, o senador Sérgio Souza (PMDB) disse que há condições de discutir as mudanças no texto. "Ainda temos o poder de modificar, mas é preciso ouvir todos os lados para tomarmos uma decisão", afirmou Souza. Segundo ele, no entanto, a aprovação da MP é "fundamental". "A MP dá eficiência aos nossos portos. Não adianta melhorar outros modais de transporte se o gargalo dos portos continuar."

Anteontem, os ministros da Secretaria dos Portos, Leônidas Cristino, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, apresentaram um detalhamento dos efeitos da MP. De acordo com o diagnóstico do governo, se não houver mudanças no marco regulatório, os portos brasileiros vão passar a não suportar a demanda de movimentação a partir de 2015. Gleisi também defendeu as mudanças que tratam da centralização das decisões. "Nem sempre descentralizar é garantir a eficiên­­cia. Nesse caso [dos portos], integrar é o melhor caminho", afirmou a paranaense.

O governo do Paraná defende mudanças na medida provisória (MP) 595/2012, que estabelece um novo marco regulatório do setor portuário, para permitir que órgãos estaduais também possam realizar novos processos de outorga e arrendamento em portos delegados pela União. O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, e o superintendente da Ad­ministração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, se reuniram ontem em Brasília com a bancada federal paranaense e pediram o apoio dos parlamentares para a revisão do texto. A MP vigora desde a sua publicação, no dia 6 de dezembro, e recebeu 645 emendas de deputados federais e senadores, que devem ser apreciadas até abril.

O secretário declarou que é favorável ao conteúdo geral da MP, mas pediu mais discussão sobre alguns pontos que poderiam afetar a agilidade na gestão dos portos. "Estamos com muitas dúvidas e incertezas, uma delas é essa questão da concentração das decisões em Brasília", disse Richa Filho.

Dispositivos da medida transferiram parte da capacidade de decisão da Appa, estrutura ligada ao governo do estado, exclusivamente para a Secretaria Especial de Portos (SEP) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ligadas ao governo federal. "Devido às dúvidas, já vemos insegurança entre as empresas que planejam investir no setor", complementou o secretário.

Dividino apontou que a MP afeta o poder da Appa e de órgãos similares de outros estados em três áreas: na licitação para novas outorgas, na celebração de novos contratos de arrendamento e no programa de manutenção da dragagem e fiscalização náutica. "No nosso entendimento, não é uma questão de se discutir quem vai fazer o que, se uma gestão é melhor ou se é pior. Nossa questão é a celeridade", argumentou Dividino.

Ele declarou que a intenção do governo estadual não é "recuperar" poder, mas permitir que as administrações locais também possam gerir ações, como as outorgas, por conta própria, de maneira complementar à SEP e à Antaq. "Queremos só abrir uma nova possibilidade, agilizar os novos investimentos."

Entre os parlamentares paranaenses, a deputada Cida Borghetti (PP) apresentou uma emenda que atende parte da demanda do governo paranaense. Os portos de Paranaguá e Antonina são de propriedade da União, mas tiveram a gestão repassada para o governo estadual por meio de um convênio de delegação. A última versão do contrato, de 2001, tem validade de 25 anos, com possibilidade de prorrogação.

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