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Richa afirmou ter vínculo com muitas pessoas, mas que não pode “ser relacionado com maus feitos de quem quer que seja” | Orlando Kissner/ANPr
Richa afirmou ter vínculo com muitas pessoas, mas que não pode “ser relacionado com maus feitos de quem quer que seja”| Foto: Orlando Kissner/ANPr

Eu tenho vínculo com muitas pessoas. Mas não posso ser relacionado com maus feitos de quem quer que seja que esteja sob investigação.

Beto Richa, governador.

O governador Beto Richa (PSDB) falou nesta quarta-feira (10) sobre as investigações do Gaeco sobre a suposta organização criminosa formada por auditores da Receita Estadual, contadores e empresários para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. Richa disse que o governo é o maior interessado nas investigações.

Beto Richa fala sobre a investigação do Gaeco na Receita

Governador afirmou nesta quarta-feira (10) que o governo é o maior interessado nas apurações.

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Ele também afirmou ter vínculo com muitas pessoas, mas que não pode “ser relacionado com maus feitos de quem quer que seja”. Luiz Abi Antoun, primo distante de Richa, é apontado pelo Gaeco como chefe do esquema de corrupção na Receita e eminência parda do governo do tucano.

Além de Abi, a ação do Gaeco desta quarta-feira (10) expediu mandado de prisão contra Márcio de Albuquerque Lima, considerado o líder do grupo no Fisco Estadual e que foi inspetor geral de fiscalização da Receita entre julho do ano passado e março desse ano. Lima foi companheiro do governador em provas de automobilismo.

“Eu não passo a mão na cabeça de ninguém. Posso te assegurar que o estado, o governo, é o maior interessado que essas investigações aconteçam, que tudo seja esclarecido. Se houve prejuízo à arrecadação do estado do Paraná, que seja também levantado e, havendo culpados, que sejam punidos.”

Questionado sobre a proximidade com pessoas envolvidas no escândalo político, Richa rebateu. “Eu tenho vínculo com muitas pessoas. Mas não posso ser relacionado com maus feitos de quem quer que seja que esteja sob investigação”, disse o governador.

Advogado de acusados reclama da dificuldade para ter acesso à investigação

A reportagem da Gazeta do Povo procurou todos os investigados na segunda fase da Operação Publicano. O advogado do ex-inspetor-geral de fiscalização na Receita Estadual Márcio de Albuquerque Lima, Douglas Maranhão, disse que não teve acesso à autorização da prisão preventiva e preferiu não comentar a nova detenção de seu cliente. Eduardo Duarte Ferreira, defensor dos irmãos Luiz Antônio de Souza, ex-inspetor-geral, e Rosângela Semprebom, auditora fiscal, afirmou que eles continuam colaborando com as investigações.

A reportagem tentou contato com as defesas de José Aparecido Valécio da Silva, ex-coordenador da Receita, e José Luiz Favoreto Pereira, ex-delegado-chefe da Receita Estadual em Londrina, mas ninguém atendeu às ligações. Os demais presos não tiveram seus representantes encontrados pela Gazeta do Povo.

Reclamação

Walter Bittar, advogado de cinco auditores presos, reclamou da falta de acesso dos defensores a autorização das prisões. “Nem na ditadura ocorria isso. Prender para depois investigar é um absurdo. Eles não sabem nem os motivos da prisão”, declarou o advogado, afirmando ainda que muitos defensores aguardaram por mais de três horas para conversar com seus clientes.

O advogado José Carlos Mansini Júnior, membro da Comissão de Defesa das Prerrogativas da OAB de Londrina, admitiu o problema, ocorrido devido à falta de estrutura da sede do Gaeco. “Houve um grande número de prisões e em todas há necessidade da presença do advogado. Isso foi respeitado dentro do possível”, afirmou.

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