
O próprio governo paranaense reconhece que em 2011, primeiro ano da gestão do governador Beto Richa (PSDB), a taxa de investimentos foi baixa. De acordo com dados da Secretaria Estadual da Fazenda, no ano passado foram investidos 44,57% a menos que em 2010 último ano da gestão de Roberto Requião e Orlando Pessuti (ambos do PMDB). No total, os investimentos obras e compra de material permanente significaram apenas 2% do total dos gastos de 2011.
O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, afirma que a comparação entre os dois anos é injusta, uma vez que em 2010 houve eleições e 2011 foi o primeiro ano do novo governo, quando se costuma "colocar a casa em ordem". "Jogaram tudo o que não conseguiram fazer em três anos para 2010", diz, alfinetando Requião e Pessuti. Hauly ainda argumenta que parte das despesas feitas em 2010 foram pagas no ano passado, o que teria limitado ainda mais a realização de novos investimentos.
A expectativa do governo estadual é ampliar as despesas com obras e compra de material permanente em 2012, para fechar o ano com um nível de investimento superior ao de anos anteriores.
Mas o quadro financeiro do estado mostra que o desafio não é simples. Há um grande comprometimento das receitas com despesas correntes 93,91% dos gastos realizados no ano passado. Isso limita os investimentos. Dentro desse quadro, é preocupante a situação da folha de pagamento do estado. No ano passado, os gastos com pessoal do governo chegou a 53,4%, quando o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de 49%.
Para reverter essa situação e ter mais dinheiro para investir, o governo conta principalmente com o aumento da arrecadação e com empréstimos externos. "2011 foi o ano de buscar recursos para fazer investimentos. Esse dinheiro começa a entrar neste ano", diz o secretário estadual de Planejamento, Cassio Taniguchi.
Segundo Taniguchi, US$ 800 milhões entrarão no caixa por meio de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O dinheiro deve ser destinado, entre outras coisas, à construção de estradas, presídios e à compra de materiais de segurança.
Medidas também estão sendo adotadas para reduzir as despesas de custeio. Entre as ações já adotadas, o secretário de Administração, Luiz Eduardo Sebastiani, destaca a redução dos gastos com fotocópias e com a frota de veículos. Uma das metas para 2012 é reduzir gastos com aluguel de imóveis.



