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Ao lado do prefeito Carlos Pupin, a ministra disse acreditar na idoneidade das empresas | Ivan Amorin/Gazeta do Povo
Ao lado do prefeito Carlos Pupin, a ministra disse acreditar na idoneidade das empresas| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

Futuro político

Gleisi evita falar de eleição e do substituto na Casa Civil

Apesar da insistência nas perguntas a respeito das eleições de outubro, a ministra Gleisi Hoffmann evitou comentar a pré-candidatura dela ao governo do Paraná. "Falaremos disso em outro momento. Hoje, nossa intenção é entregar o Contorno Norte", disse. Sem a presença do governador Beto Richa (PSDB) no evento – ele foi representado pelo irmão e secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho –, a petista se esforçou para dar atenção a todos que estavam no palanque, principalmente prefeitos.

Sobre a ausência de Dilma Rousseff no evento, Gleisi disse que houve incompatibilidade na agenda, além de a presidente enfrentar uma forte gripe que a impossibilitou de viajar. "A obra estava pronta desde dezembro, não poderíamos segurar a liberação", acrescentou.

A ministra também não quis elencar nomes que poderão assumir sua cadeira no governo federal. A previsão é que ela deixe a função na Esplanada dos Ministérios quando retornar de férias, no próximo dia 27, para dedicar-se à campanha eleitoral. Por isso, a inauguração em Maringá pode ter sido o último evento de Gleisi no Paraná como ministra. Questionada sobre o perfil de seu substituto, a petista se esquivou da resposta, comentando apenas que cabe à presidente Dilma analisar a melhor escolha. "Ela irá analisar se vale mais um perfil político ou técnico." Por enquanto, dois nomes figuram entre as possíveis opções. O primeiro deles é de Aloizio Mercadante, ministro da Educação, com perfil político. Na sequência, está Carlos Gabas, ministro interino da Previdência Social, de perfil mais técnico.

No provável último evento oficial no Paraná no cargo de ministra, Gleisi Hoffmann (Casa Civil) inaugurou ontem o Contorno Norte de Maringá, desvio rodoviário para o tráfego pesado da Avenida Colombo, trecho urbano da BR-376 que corta o município. A obra foi investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e, em razão de suspeitas de superfaturamento, ficou cerca de um ano paralisada.

Inaugurado com a presen­ça do ministro dos Trans­­­­­­­­portes, César Borges, o Con­torno Norte demorou cinco anos para ser concluído. O projeto, inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) do governo federal, custou R$ 412 milhões. Durante a execução das obras, em novembro de 2009, o TCU pediu revisão de todos os projetos, cálculos e planilhas orçamentárias do serviço. A alegação era de que havia falha no processo licitatório, como falta de estimativa dos custos com desapropriações; revogação, sem justificativa, da primeira licitação para supervisão da obra; início da execução em terrenos pendentes de desapropriação; deficiência na fiscalização; entre outros problemas.

Já em 2011, o TCU apontou sobrepreço de aproximadamente R$ 10,5 milhões na Concorrência Pública 499/2010, referente à segunda etapa das obras, que previa a duplicação do trecho. Diante dos apontamentos, os trabalhos foram interrompidos, sendo retomados somente em 2012. A paralisação se deu porque o tribunal apontou indícios de superfaturamento nessa fase da obra, que custaria R$ 130 milhões.

À época, o TCU solicitou ao Departamento Nacio­­nal de Infraestrutura de Trans­­portes (Dnit) que a situação fosse corrigida em 60 dias. Segundo o tribunal, a irregularidade decorria da cobrança indevida no transporte do cimento para a construção. O projeto da obra previa o uso de cimentos em sacos sem a necessidade de pagar frete. No entanto, de acordo com a corte, entre os gastos estava o pagamento de transporte equivalente à distância de 416 quilômetros.

Além disso, em novembro de 2012, o governo federal autorizou a liberação de mais R$ 20 milhões para a segunda etapa da obra do contorno. A justificativa foi de que a abertura desse crédito decorria da anulação de algumas dotações orçamentárias.

Na defensiva

Questionados pelos jornalistas, os ministros evitaram comentar a polêmica em torno do assunto. César Borges afirmou apenas que as investigações ainda não apontaram irregularidades e que a obra é uma via expressa que irá melhorar o trânsito de toda a região. Já Gleisi apontou os benefícios do contorno e disse acreditar na idoneidade dos responsáveis pelo projeto.

Com 17,6 quilômetros de extensão, o Contorno Norte de Maringá deve eliminar o trânsito pesado de aproximadamente 22 mil veículos por dia na área central da cidade. No total, a obra tem 13 viadutos, três pontes, uma trincheira e 12 passarelas para pedestres.

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