Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Transição

Governo garante 13.º e nega que haja problemas financeiros

Equipe de Pessuti diz que arrecadação no bimestre será de R$ 3,5 bilhões, para uma despesa de R$ 2,4 bilhões com salários

Maria Marta Lunardon, da Administração, e Allan Jones, do Planejamento, dizem que o governador Orlando Pessuti entregará governo com contas em dia | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Maria Marta Lunardon, da Administração, e Allan Jones, do Planejamento, dizem que o governador Orlando Pessuti entregará governo com contas em dia (Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)
Giacomini diz que governo respondeu questões, mas com atraso |

1 de 1

Giacomini diz que governo respondeu questões, mas com atraso

O governo do Paraná garantiu ontem que vai pagar em dia o 13.º salário dos servidores públicos e negou que haja problemas de caixa como foi divulgado pela equipe de transição do governador eleito, Beto Richa (PSDB). Segundo o grupo que assume em janeiro as antecipações de receitas e outras medidas no final da gestão de Orlando Pessuti (PMDB) podem provocar um déficit de até R$ 1,5 bilhão nas contas do estado em 2011.Em entrevista coletiva ontem, quatro integrantes do primeiro escalão de Pessuti afirmaram que a situação orçamentária do Paraná está sob controle. Eles ironizaram as críticas feitas na quarta-feira por aqueles que apelidaram de "meninos do Beto".

O secretário de Planejamento do governo estadual, Allan Jones, rebateu as acusações de descontrole fiscal e disse acreditar que houve erros de interpretação dos dados. "O estado tem um horizonte de 399 municípios. É algo assustador para pessoas que estão vindo do território de um município." Ele acusou ainda o grupo do governador eleito de tentar criar um factoide em relação as contas do estado para fugir da responsabilidade de executar as propostas eleitorais. "A gente tem de entender que, prevendo a dificuldade de cumprir as promessas de campanha, eles queiram passar a imagem de terra arrasada".

Segundo dados apresentados pelo secretário, o Paraná deve gastar R$ 2,4 bilhões com o pagamento dos salários de novembro, dezembro e com o 13.º do funcionalismo, incluídos nesta conta os servidores do próprio governo e de outros órgãos da administração indireta. Por outro lado, a arrecadação deve chegar a R$ 3,5 bilhões em novembro e dezembro. Somados estes valores a cerca de R$ 1 bilhão que existe em caixa, haveria R$ 4,5 para serem administrados até o fim do ano, quase duas vezes o valor da despesa de pessoal. "Quero garantir o pagamento dos salários e do 13.º a todo o funcionalismo estadual", disse a secretária da Administração, Maria Marta Lunardon.

O coordenador da Secretaria da Fazenda, César Ferreira, fez questão de destacar que o governo estadual não está antecipando arrecadação de ICMS da Copel, como chegou a falar o coordenador da equipe de transição de Richa, Homero Giacomini. "A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe que se antecipe receita", falou Ferreira. A equipe de transição tucana manteve as críticas e a previsão de déficit de R$ 1,5 bilhão em 2011.

Saúde e Habitação

Para destacar a situação fiscal do governo, Allan Jones ressaltou que, até outubro, o governo estadual tinha um superávit orçamentário de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões. Segundo ele, isso significa que houve gasto menor do que o próprio Orçamento previa. Ele também rebateu as críticas feitas à situação da saúde e da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar).

"Se eles querem R$ 350 mi­­lhões a mais para a saúde no ano que vem, eles que façam emendas ao Orçamento enviado a As­­­sem­­bleia", disse o secretário em referência ao suposto déficit di­­vulgado pelo grupo tucano. Jones disse ainda que a política "da boa administração" recomenda não fazer estoques grandes de remédio para evitar que os produtos vençam e tenham que ser jogados fora – a equipe de Beto Richa reclamou que os estoques só são suficientes até fevereiro.

Sobre a Cohapar, Allan Jones negou haver obras paradas e disse que companhia tem créditos de R$ 700 milhões e dívidas de R$ 400 milhões. Portanto, disse, não há problemas de gestão orçamentária. Ele também negou que tenha havido sonegação de informações e declarou que todas as questões enviadas pela equipe de Richa foram respondidas.

Tucanos dizem que déficit de R$ 1,5 bilhão em 2011 é real

O grupo de transição do governador eleito, Beto Richa (PSDB), reiterou ontem que as finanças estaduais têm problemas. Segundo o grupo, há possibilidade de o a gestão de Orlando Pessuti (PMDB) deixar um rombo de R$ 1,5 bilhão no orçamento do estado em 2001. De acordo com levantamento divulgado pela equipe do tucano, a previsão orçamentária contém 24 itens de despesas para as quais não receita correspondente.

Na lista constam, entre outras coisas, R$ 245 milhões da ampliação do repasse para o Judiciário e o Ministério Público, R$ 200 milhões de subsídio a policiais militares, R$ 169 milhões de renúncia fiscal ao setor sucroalcooleiro, R$ 40 milhões de antecipação de ICMS de energia e R$ 36 milhões referentes à queda nos recursos para o Sistema de Atendimento Médico de Urgência.

O coordenador do grupo transição de Richa, Homero Gia­­comini, confirmou que todas as informações pedidas ao governo foram apresentadas, apesar de algumas terem chegado com atraso. Segundo ele, a equipe já sugeriu a apresentação de R$ 200 milhões em emendas ao Orça­­mento que está sendo discutido na Assembleia Legislastiva para minimizar o impacto das medidas do governo Pessutti.

Além disso, o grupo anunciou um corte de 15% nas despesas de custeio administrativo no ano que vem, reduzindo o gasto em cerca de R$ 480 milhões em um ano.

* * * * * * *

Interatividade

A equipe de Beto Richa está exagerando ou o secretariado de Pessuti está escondendo dados?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.