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Presidência da Câmara e liderança na Casa é problema para Temer, que espera aprovação relâmpago de medidas | Antono Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas
Presidência da Câmara e liderança na Casa é problema para Temer, que espera aprovação relâmpago de medidas| Foto: Antono Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas

Articuladores do Planalto no Congresso Nacional já têm trabalho pela frente. O presidente exercício da República Michel Temer (PMDB) inicia sua primeira semana à frente do Executivo com três “problemas” na Câmara dos Deputados: a incógnita em torno de Waldir Maranhão (PP-MA); a insatisfação do “centrão” sobre o possível novo líder da base; e o tempo para resolver os impasses e aprovar medidas, em função da proximidade do recesso e das conversas eleitorais.

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, tem dito que não vai renunciar, mas a sua permanência gera insegurança ao grupo de Temer, já que não se sabe até que ponto o pepista pode complicar a vida do peemedebista lá dentro. Parlamentar do chamado “baixo clero”, Maranhão não teria capacidade política para tocar a Casa, dizem outros parlamentares. Além disso, sua aliança com aliados de Dilma Rousseff ainda pode gerar novas surpresas.

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Temer tem dito que não vai se envolver na questão – a interferência explícita do Planalto no comando de um outro Poder pode ser mal vista -, mas seus aliados no Legislativo têm trabalhado para a solução do impasse. Enquanto o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR), põe técnicos para sustentar a possibilidade de uma eleição para escolha do substituto de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), outros atuam para que Maranhão se resigne a uma função decorativa, sem poderes de fato.

Disputa por liderança

Outro problema que já está sendo enfrentado tem ligação com as escolhas dos novos líderes. Na Câmara dos Deputados, o grupo de Cunha quer o deputado federal André Moura (PSC-SE) na cadeira de líder do governo Temer. Mas, no Planalto, a preferência é pelo deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Maia representa o grupo que atuou na linha de frente do impeachment de Dilma Rousseff, formado por parlamentares do PSDB, PPS e o próprio DEM. As mesmas legendas, contudo, se posicionaram contra a permanência de Cunha no comando da Casa – ainda que em maior ou menor grau, dependendo do momento. Já André Moura está ligado a parlamentares do “centrão”, pertencentes a legendas como PR, PP, e que são próximos de Cunha.

Em função do impasse, já surgiu outro nome, o do deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), que seria uma espécie de terceira via. Rosso presidiu a comissão especial do impeachment na Câmara dos Deputados e também é ligado a Cunha, mas não é tão próximo quando André Moura, e tem bom trânsito em praticamente todas as legendas.

A definição do líder do governo Temer deve ocorrer até sexta-feira (20) e será o primeiro “teste” da composição ministerial do peemedebista, construída para assegurar apoio parlamentar. Por se tratar de um posto chave, qualquer aresta mal aparada pode render problemas para Temer em votações futuras na Casa.

Também não há consenso ainda sobre o líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, cadeira antes ocupada por Leonardo Picciani (RJ), que ganhou o Ministério dos Esportes. A maior bancada da Casa está dividida entre Leonardo Quintão (MG) e Baleia Rossi (SP).

Embora de forma menos bélica, também há disputa para definição do líder do governo Temer no Senado. Entre os nomes cotados, predominam o das senadoras Ana Amélia (PP-RS) e Simone Tebet (PMDB-MS). A ideia do grupo de Temer é escolher uma mulher para o posto, em uma tentativa de amenizar as críticas que vem sofrendo em função da ausência de mulheres no primeiro escalão do Executivo.

Recesso e eleições

Temer, contudo, corre contra o tempo para resolver tais impasses e - ainda – aprovar medidas na Casa. Em julho, há o recesso parlamentar de 15 dias e a Câmara dos Deputados ainda não definiu se o descanso será suspenso ou não. No Senado, devido ao processo de impeachment, o recesso já foi cancelado.

Mas, além do recesso, o ano eleitoral também deve afetar os trabalhos no Legislativo. Deputados federais envolvidos com as campanhas eleitorais dos aliados – ou mesmo com as próprias campanhas políticas – costumam abandonar Brasília já no mês de agosto, retornando apenas após o pleito, em outubro.

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