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Nascimento deve  anunciar hoje a posição do PR de deixar a base governista | José Cruz/ABr
Nascimento deve anunciar hoje a posição do PR de deixar a base governista| Foto: José Cruz/ABr

MPF

Gurgel critica divulgação de fotos de presos

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem que é inaceitável a divulgação de fotos dos presos da Operação Voucher da Polícia Federal. No final da semana passada, um jornal do Amapá publicou fotografias dos presos sem camisa e segurando placas de identificação. "É absolutamente inaceitável a exposição de pessoas tal como foi feito. Isso deve ser apurado e os responsáveis devem ser punidos", disse o procurador, após tomar posse para um segundo mandato de dois anos como chefe do Ministério Público Federal.

"O que tivemos foi uma exagerada exposição das pessoas investigadas. Isso precisa ser investigado para que se defina a responsabilidade pelo acontecido", completou.

Alegando que estava afastado do cargo de procurador há 15 dias, Gurgel disse que agora "tomará pé" das suspeitas de irregularidades em ministérios. Ele afirmou que há fatos graves divulgados pela imprensa. Mas disse que ainda não sabe se vai pedir a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar suspeitas de envolvimento de autoridades. "O MP jamais se furtará a processar quem quer que seja e também jamais processará quem quer que seja apenas pela condição de ministro", garantiu. (AE)

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), declarou ontem que trabalha para tentar reverter a decisão do PR de deixar a base de apoio ao governo no Con­gresso. O presidente nacional do PR, senador Alfredo Nasci­­men­to (AM), deve subir à tribuna hoje para anunciar o desligamento da base aliada. "O PR está se posicionando por causa de um fato político. Mas a política é dinâmica. Ele pode sair [da base] hoje, mas pode voltar depois", avaliou o líder.

Jucá afirmou que a permanência do PR na base de sustentação ao governo no Congresso é importante e "trabalhará permanentemente" para que o partido volte atrás nessa decisão. A bancada do PR no Congresso conta com sete senadores e 41 deputados.

Já na Câmara Federal, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) informou ontem que o governo federal tem atuado na Casa para evitar paralisações em votações e que o PR terá o espaço que achar necessário para dialogar com o Palácio do Planalto. A ameaça do PR de deixar a base aliada do governo federal criou um novo racha no grupo de apoio à presidente Dilma Rousseff.

O PR foi o principal afetado pela "faxina" feita pelo governo no Ministério dos Transportes, no qual ao todo deixaram os cargos 27 servidores. "O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e a ministra das Relações Insti­tucio­nais, Ideli Salvatti, têm tido contato com todos os partidos da base aliada a partir de evidências de que algumas votações deram uma paralisada", afirmou.

Defesa

Chinaglia saiu em defesa do PR e disse ser contra generalizações. "Eu acho que nem o PR está defendendo nada de errado no governo federal, assim como o PMDB não está defendendo nada de errado no governo federal", disse o parlamentar, ao chegar em um hotel da capital paulista, onde ocorreu reunião para estabelecer as bases do Instituto Lula. "Não pode haver generalização, porque pode existir em qualquer partido episódios que não correspondem ao que o governo federal quer que aconteça."

O deputado ressaltou que, "do jeito que as coisas estão", tem se nivelado dentro do PR pessoas envolvidas ou não nos escândalos de corrupção. "Enquanto não houver investigação, conclusão ou direito de defesa, do jeito que as coisas estão, qualquer um que tenha ligação ou representação no PR fica no mesmo nível daquele que, porventura, tenha cometido o erro", criticou.

Prisão de ex-assessor

O PT divulgou uma nota para criticar a prisão do ex-presidente da Embratur Mário Moysés durante a Operação Voucher, que prendeu integrantes do Ministério do Turismo. Segundo o partido, ele foi preso indevidamente, "tendo sua honra e dignidade atingidas, inclusive com a exposição pública e ilegal de fotos relativas ao dia da prisão". Moysés foi chefe de gabinete da senadora Marta Suplicy (PT-SP) quando ela foi nomeada ministra do Turismo, em março de 2007.

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