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O vazamento dos dados bancários de Francenildo Santos Costa, o Nildo, a caseiro que desmentiu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmando tê-lo visto várias vezes na casa onde seus ex-assessores acusados de corrupção se reuniam, acirrou o clima de guerra entre governo e oposição.

Segundo reportagem da revista 'Época', Nildo teria recebido R$ 38.860 nos últimos três meses, depositados em dinheiro em sua conta bancária, o que levantou suspeitas de que ele pudesse ter recebido o dinheiro para acusar o ministro. Nildo e sua família negaram a hipótese, afirmando que o depósito foi feito pelo paí do caseiro, e a oposição acusou o governo de usar a máquina do Estado para quebrar ilegalmente o sigilo bancário do caseiro.

Em entrevista ao jornal "Estado de São Paulo", Benta Maria dos Santos Costa, 42 anos, mãe do caseiro, confirmou que o empresário Eurípedes Silva, autor dos depósitos na conta do caseiro é o pai do seu filho. Benta disse que, em dezembro do ano passado, fez um acordo financeiro com o empresário para evitar uma ação judicial de reconhecimento de partenidade.

Ela contou ter conhecido o empresário quando tinha 15 anos, trabalhava como babá e Eurípedes tinha dois ônibus de transporte e não tinha empregados. E acrescentou que não acredita que Fracenildo possa ter recebido dinheiro para prestar depoimentos contra Antonio Palocci. O empresário confirmou ser i autor dos depósitos.

O líder do PFL no Senado, Agripino Maia, acusou o PT de aparelhar o estado para defender seus interesses.

- Foi um desrespeito à lei, um uso truculento do aparelho do estado. Como o governo impede a quebra de sigilo de Paulo Okamotto (presidente do Sebrae, suspeito de ter usado caixa dois para pagar dívidas do presidente Lula) e quebra arbitrariamente a do caseiro. Muita gente precisa se explicar - atacou

Afirmação semelhante foi feita pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para quem é preciso que a Caixa Econômica Federal dê explicações a respeito. A conta-poupança de Nildo era da instituição, subordinada ao Ministério da Fazenda. Ele disse que o advogado do caseiro deverá adotar ações judiciais.

- É uma invasão de privacidade, que eles (o governo e o PT) tanto combateram em relação ao ministro Palocci. Temos que cobrar do governo esclarecimentos e a responsabilização. Foi uma tentativa de desqualificar o depoente, mas agrava a situação do ministro Palocci, a quem o governo quer fazer uma blindagem de qualquer jeito. O ministro esteve na casa e mentiu à CPI, que tinha uma estreita relação com aquela equipe de Ribeirão. A CPI também pode contribuir, ela própria tem que pedir à CEF providências em relação ao vazamento - disse Álvaro Dias, para quem é uma contradição a liberação desses dados e a demora em liberar os dados sobre Paulo Okamotto.

A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) disse que o vazamento das informações foi uma canalhice:

- É abominável que não se quebre o sigilo de ministros e se quebre o do caseiro. Quebrar sigilo de um cidadão comum é canalhice. Fazer devassa por aspirações políticas é golpismo.

O advogado de Francenildo, Wlício Chaveiro Nascimento, disse que fará um pedido administrativo de informações ou apresentará uma notícia-crime contra as instituições que, em tese, podem ter acesso aos dados da movimentação financeira do caseiro que decidiu abandonar o programa de proteção à testemunhas da Polícia Federal.

A Caixa informou ue se ficar comprovado que houve quebra de sigilo indevida, vai instaurar um procedimento administrativo para apurar o caso.

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