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Graça foi convocada como testemunha de defesa do ex-diretor da Andrade Gutierrez, Antônio Pedro Campello de Souza. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Graça foi convocada como testemunha de defesa do ex-diretor da Andrade Gutierrez, Antônio Pedro Campello de Souza.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Em depoimento prestado por videoconferência à Justiça Federal de Curitiba, nesta segunda-feira (19), a ex-presidente da Petrobras Graça Foster disse que “ouvia pelos corredores” que os cargos de diretoria da estatal eram ocupados por indicação política. Questionada sobre a origem das indicações, a ex-presidente recuou. “Não prestava atenção se era da base ou do governo. Como vim de muito baixo, eu só queria fazer o meu trabalho”, declarou.

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Graça foi convocada como testemunha de defesa do ex-diretor da Andrade Gutierrez, Antônio Pedro Campello de Souza. Ela foi questionada sobre as obras do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, iniciada em 2006 e finalizada em 2009, enquanto Graça ocupava a diretoria de Gás e Energia da Petrobras. A obra foi orçada em R$ 2,4 bilhões, mas terminou em R$ 4,5 bilhões, o que levantou a suspeita de repasse de propina sobre o valor do contrato.

Sobre o aumento nos custos da obra, Graça Foster confirmou, conforme a defesa do executivo da Andrade Gutierrez, que houve uma mudança substancial no projeto básico do empreendimento, o que provocou o encarecimento. “A Andrade [Gutierrez], principalmente, fez um belo trabalho, excepcional trabalho. Falo isso com sabedoria porque eu visitava a obra”, afirmou a ex-presidente.

Questionada sobre a possível influência política na gestão da Petrobras, Graça disse que a interferência dependia da área. “Vou usar [como exemplo] o processo de combustíveis: havia sim influência do governo através do Ministro da Fazenda com relação a precificação. Eu ia muitas vezes à Brasília pedir aumento de preço”, exemplificou.

O juiz Sergio Moro, que conduziu a audiência, pediu que a ex-presidente detalhasse o processo de demissão do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Graça Foster confirmou a versão contada por Costa, em um depoimento na CPI da Petrobras, de que ele foi demitido em 2012, pelo então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Já sobre a saída do ex-gerente Renato Duque e do ex-diretor Jorge Luiz Zelada, que ocorreram sob a gestão dela, Graça se limitou a dizer que eles mesmos não aceitavam trabalhar com ela. “Eu sempre ouvia falar que eles diziam que ‘quando a Graça subir, eu vou embora’”, disse. Perguntada, porém, sobre o relacionamento que mantinha com os ex-diretores, ela declarou que “nunca desconfiou de ingerências” e que não poderia questionar o conhecimento técnico que eles detinham.

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