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Após 31 dias, Sérgio Machado deve voltar à Transpetro

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta segunda-feira que, passados os 31 dias de licença do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ele "deverá retornar à empresa". Graça disse que foi Machado quem pediu o afastamento temporário e que caberá a ele a decisão de retornar.

"Caso as investigações não estejam concluídas, Sérgio Machado tomará as decisões que ele entende que sejam as melhores para a Petrobras", afirmou Graça. Machado foi afastado do cargo após a denúncia feita pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa de que teria recebido do presidente da Transpetro R$ 500 mil.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou nesta segunda-feira (17) que a própria SBM relatou a ela o pagamento de propina a seus funcionários. No entanto, não soube dizer os nomes dos funcionários envolvidos e o valor da propina paga. A Petrobras não vai interromper os contratos já em curso com a holandesa SBM ou com as empreiteiras acusadas de atuar no esquema de corrupção investigado no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal. "A SBM tem tido uma performance excepcional na operação de oito (plataformas) FPSO, sempre acima da média. Não vamos interromper os contratos com ela nem com outras empreiteiras que trabalham conosco até que tenhamos informações tão avassaladoras a ponto de encerrar os contratos com elas", disse a presidente da estatal.

Na entrevista, Graça contou ainda que a estatal deverá criar uma diretoria de controle interno para minimizar as chances de casos de corrupção ocorrerem novamente na estatal.

Antes, a executiva afirmara que a participação da SBM em novas licitações da Petrobras estava vetada. Segundo ela, o caso da companhia holandesa é distinto porque ela admitiu ter agido com corrupção. "Ela (SBM) oficializou para nós que corrompeu empregados da Petrobras, então não tem menor chance de continuar trabalhando conosco até que tudo esteja esclarecido", afirmou.

O diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, José Antonio Figueiredo, explicou que sempre que se identifica uma não conformidade contratual com uma companhia a Petrobras pode suspendê-la por um período de seis meses a dois anos. Isso pode ocorrer por mau desempenho ou postura inadequada no relacionamento comercial. "Toda vez que o jurídico nos comunica, abrimos uma comissão especial para analisar. Os contratos em andamento continuam, mas relações futuras vão depender das investigações", disse Figueiredo.

Graça disse também que ainda não há uma decisão tomada de criação de uma diretoria de governança corporativa, o que deve ser definido pelo conselho de administração da empresa. "Não cabe à diretoria indicar a criação de outra diretoria." Por enquanto, explica, o que foi feito foi apresentar a proposta ao conselho, que se comprometeu a avaliar a proposta.

Graça: fomos surpreendidos em março com a Lava Jato

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que os episódios de corrupção na estatal trazidos à tona pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pegaram de surpresa os executivos da diretoria da empresa. "Passamos, sim, um momento difícil. Fomos surpreendidos com o dia 20 de março de 2014, quando tivemos notícia pela primeira vez da Operação Lava Jato", disse a executiva ao ser questionada sobre o conhecimento prévio de problemas na empresa.

Questionada sobre como a Petrobras pretende recuperar a confiança do investidor, Graça voltou a destacar os procedimentos internos de investigação em curso e a proposta de criação de uma diretoria de compliance e governança corporativa.

Graça descartou qualquer medida imediata de penalização de eventuais responsáveis de atos de corrupção na empresa. Segundo a presidente, é preciso tempo para avaliar os indícios de crime e também as responsabilidades, e que por isso a penalização não ocorre com o fim das auditorias internas. "Terminou, mas não se pode esperar imediatamente os desdobramentos. Tem um tempo. Não se encerra uma comissão hoje e amanhã já começa qualquer tipo de penalização, se necessário for", afirmou Graça Foster, durante entrevista coletiva após a apresentação de resultados.

Segundo Graça, após o término das apurações internas há um processo de avaliação das diretorias envolvidas sobre os indícios encontrados. Além disso, os relatórios são encaminhados para escritórios de advocacia para confirmar se há crime. "Concluído o relatório, a primeira atuação que existe é do diretor avaliar a não conformidade. Numa mesma não conformidade existem graus de responsabilidade muito diferentes. Nós fazemos sempre uma conversa apropriada com a área jurídica e, quando há sinais que possa ter ocorrido crime, nós fazemos uma consulta a escritórios criminalistas para confirmar. Aí, encaminhamos o relatório ao Ministério Público", afirmou Graça Foster.

Clima tenso

A presidente da Petrobras afirmou também que o clima é tenso dentro da empresa, por causa das investigações de casos de corrupção na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. "Essa é uma situação diferente, nova, dentro da Petrobras. Para nós, faz com que saiamos do estado natural. Ao mesmo tempo estimula a buscar todos os instrumentos de governança. O clima fica tenso, mas temos o dever de buscar mais recursos para que não aconteça de novo", afirmou Graça.

A presidente da empresa disse ainda que não quer ser surpreendida outra vez. Ela negou, contudo, que as denúncias estejam atrapalhando os trabalhos dentro da empresa. "Se tivéssemos a empresa parada não teríamos batido os recordes de produção que batemos. Esta empresa não parou", disse Graça.

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