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Conversas gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial comprovam que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) defendeu dentro do Congresso interesses do contraventor Carlos Cachoeira. Nesta quinta-feira (29), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra de sigilo bancário de Demóstenes e de outras pessoas suspeitas de explorar ilegalmente jogos com máquinas de caça-níquel em Goiás.

Em diálogos em 2009, Cachoeira pede que o senador do DEM de Goiás acompanhe projeto de seu interesse que tramitava na Câmara. Demóstenes não só aceita a empreitada como retorna a ligação dando conta de como está a situação do projeto. Nas conversas, o senador ainda promete interceder para tentar fazer o projeto ser aprovado.

O texto tratava da criminalização do jogo do bicho, um assunto que, a princípio, não era de interesse de Cachoeira. E Demóstenes alerta o contraventor sobre isso. Mas Cachoeira avisa que no texto há a permissão para regularização de loterias estaduais, justamente onde o contraventor acreditava que poderia regularizar sua atividade. As conversas começam em abril de 2009. Veja o teor das conversas gravadas:

Primeira conversaCachoeira: "Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara. 7228 2002. PL."Demóstenes: "De que ano?"Cachoeira: "2002. Do Maguito Vilela."Demóstenes: "OK. Fala sobre o quê?"Cachoeira: "Sobre aquele assunto que eu toquei com você aí. Essa aí acho que está em estado bem adiantado. Dá uma olhada aí."Demóstenes: "Vou levantar agora e depois te ligo aí."

Segunda conversa, dois dias depoisDemóstenes: "Já checaram lá. (O projeto) está na Câmara. Tem que pegar aquele pessoal que está trabalhando no negócio e verificar se o texto te agrada e também se satisfaz aquele presidente lá do negócio, porque senão ele consegue barrar lá. Então trabalha nesse negócio para gente ver como é que faz. Eu vou lá e consigo pautar."Cachoeira: "Ah, excelente então. Vamos falar então. Obrigado Doutor."

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