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Rosemary, ex-chefe de gabinete da Presidência, teria tentado interferir no andamento do julgamento do mensalão | Denise Andrade/AE
Rosemary, ex-chefe de gabinete da Presidência, teria tentado interferir no andamento do julgamento do mensalão| Foto: Denise Andrade/AE

Documentos revelados pela revista Época desta semana sugerem que Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, e Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) tentaram tumultuar o processo do julgamento do mensalão. A constatação foi extraída de um telefonema interceptado pela Polícia Federal (PF) no dia 12 de novembro.

Na gravação, Vieira pede a Rosemary apoio do ex- ministro da Casa Civil José Dirceu para articulações dele em Brasília, e fala sobre uma possível participação de "Deus" (supostamente o ex-presidente Lula) na tentativa de atrasar o julgamento.

A conversa telefônica foi interceptada no dia em que ministros do STF definiam penas dos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, principais integrantes do núcleo político do mensalão. Segundo investigações da PF, naquele momento, Vieira; o deputado Valdemar Costa Neto, condenado pelo mensalão; e o empresário e ex-senador Gilberto Miranda movimentavam-se para pressionar os ministros do STF a mudar votos, aliviar penas ou acatar futuros recursos dos réus.

Num dos trechos, Vieira diz que, para tumultuar o julgamento, "o melhor peso que tem é o... Deus". Após ouvir de Rosemary que "Deus" não irá fazer absolutamente nada, Vieira diz: "Às vezes ele tem medo de arrumar confusão, né, Rose". Sobre uma possível articulação de Dirceu com o grupo, o ex-diretor da ANA fala: "Não sei se o JD [José Dirceu] está com cabeça para mexer com essas coisas". Em seguida, Rose tranquiliza Vieira, dizendo: "Vou viajar com ele no feriado. Nós vamos para a Bahia. Eu converso bastante com ele". Na gravação, Vieira chega a dizer que elas não podiam "falar essas coisas por telefone", mas continua citando os nomes acima.

O grupo, segundo a PF, também queria nomear um amigo para o STF na vaga aberta pela aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto.

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