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As gravações telefônicas que a Polícia Federal fez na Operação Xeque-Mate indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia das atividades de lobista do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, e que tentou impedi-lo de continuar com isso. Mesmo assim, o irmão de Lula pede propinas, fala de suas negociações em órgãos públicos, como os Correios e Telégrafos, o Superior Tribunal de Justiça e revela, em outras ligações, que a PF poderia estar fazendo monitoramentos de suas operações com os jogos ilegais.

Algumas gravações deixam claro que Lula não participava dos arranjos do irmão. O compadre de Lula, Dario Morelli, preso na operação, ameaça avisar ao "titio" (Lula) sobre as "picaretagens" de Vavá. Outro preso pela PF, o ex-deputado do Paraná Nilton Cezar Servo (PSB), acusado de comandar uma quadrilha de jogos ilegais em vários estados, chama o irmão de Lula de "véio cara de pau" e "picareta".

Servo disse em seu depoimento à PF que entregou dinheiro a Vavá, mas que se tratavam apenas de empréstimos. Os valores variariam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, segundo a PF.

Um dos telefonemas transcritos pela PF, feito às 20h do dia 20 de maio, indica que Lula teria pedido a um amigo de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, identificado apenas como "Roberto", para conversar com o irmão. Seria uma conversa sigilosa.

Em seu relatório, a PF descreve: "Observa-se também que o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva não tem qualquer participação ou mesmo conhecimento da prática dos crimes de tráfico de influência ou exploração de prestígio por parte de seu irmão Vavá."

Segundo a PF, a análise da conversa indica que Vavá está usando o nome de seu irmão, o Presidente da República, para conseguir dinheiro junto a Servo que, por sua vez, tentava vender a suposta influência de Vavá para terceiros, como indicam outras gravações.

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