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Perillo: situação do tucano se complicou com duas denúncias | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Perillo: situação do tucano se complicou com duas denúncias| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Mansão

Casa foi comprada com cheque de empresa ligada a contraventor

Os cheques que pagaram a venda da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), são oriundos de uma confecção da cunhada do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Rosani Puglisi, segundo informou reportagem publicada ontem no jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a reportagem, a Excitant Confecção, dona dos cheques que remunerou Perillo, recebeu dinheiro, por sua vez, da Alberto & Pantoja Construções. Segundo investigações da Polícia Federal, a empresa teria ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a empreiteira Delta.

O governador recebeu três cheques da Excitant Confecções ao vender a casa, localizada em um condomínio de luxo em Goiânia. Dois eram de R$ 500 mil e um era de R$ 400 mil. Os cheques são de uma conta da Caixa Econômica Federal em Anápolis, Goiás. Perillo diz que não observou a origem dos cheques na transação. Ele afirma que vendeu a casa ao empresário Walter Paulo, sob intermediação do ex-vereador Wladimir Garcez. Garcez foi preso e apontado como um dos auxiliares do esquema de Cachoeira.

Em depoimento, o ex-vereador disse à CPMI que queria comprar a casa e pediu um empréstimo ao então diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Segundo esta versão, Abreu teria fornecido os cheques. Garcez falou à comissão que, como não conseguiu pagar o empréstimo, acabou revendendo a casa para Walter Paulo.

Agência O Globo

  • Senador Demóstentes Torres

O senador Pedro Taques (PDT-MT) pedirá a convocação do jornalista Luiz Carlos Bordoni para depor na CPMI do Cachoeira. Responsável pela propaganda de rádio da campanha eleitoral do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) em 2010, Bordoni diz que recebeu dinheiro do bicheiro Carlinhos Cachoeira pelo serviço prestado à campanha eleitoral do tucano.

A denúncia complica ainda mais a situação de Perillo, que irá depor no próximo dia 12 à CPMI. A Polícia Federal identificou mais de 230 citações do nome do governador nas conversas gravadas durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo publicada ontem, Berdoni afirma que o pagamento pelo serviço foi feito pela Alberto & Pantoja Construções e Transporte. A construtora é apontada pela Polícia Federal como uma empresa fantasma financiada com dinheiro da empreiteira Delta e ligada a Cachoeira. A assessoria de Perillo nega ter feito os pagamentos por meio da empresa.

O pagamento de R$ 45 mil foi depositado na conta da filha do jornalista, Bruna Bordoni, em 14 de abril do ano passado. O depósito, que consta nos autos da Operação Monte Carlo, se refere à metade do total de R$ 90 mil que o jornalista diz ter ficado pendente de pagamento após as eleições. De acordo com Bertoni, o responsável pelo pagamento foi Lúcio Gouthier, assessor de Perillo.

Essa não é a primeira vez que Gouthier aparece em uma denúncia que relaciona o grupo de Cachoeira ao governador de Goiás. O assessor de Perillo foi quem assinou o documento que comprova o recebimento de R$ 1,4 milhão pela venda da mansão de Perillo em Goiás (leia mais no quadro à direita). Segundo as investigações da Polícia Federal, os cheques usados para o pagamento da casa estavam relacionados a pessoas próximas a Cachoeira, que seria o real comprador do imóvel. Gouthier também é suspeito de ter recebido R$ 500 mil, que teriam sido enviados pelo braço direito do contraventor, o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcêz, ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano.

Bordoni conta na reportagem que só se deu conta da origem ilícita do pagamento quando o nome da filha apareceu na quebra de sigilo da Alberto & Pantoja. O nome de Bruna foi citado durante o depoimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética, na última terça-feira. Na ocasião, o senador Pedro Taques fez perguntas sobre a até então desconhecida Bruna Bordoni. Demóstenes se embaraçou nas respostas. De acordo com O Estado de S. Paulo, Bruna chegou a ser nomeada como assessora de Demóstenes, em 2005. Ela só não tomou posse por motivo de doença.

Grupo trabalha para evitar absolvição de Demóstenes

Um grupo de senadores começou a se mobilizar para evitar que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) se livre da cassação do mandato no plenário da Casa. O temor de que o caso acabe em pizza cresceu desde o depoimento que Demóstenes prestou terça-feira no Conselho de Ética do Senado, quando começou a aumentar o número de senadores que, reservadamente, afirmam que os delitos do goiano são menores do que pareciam e que, por isso, podem absolvê-lo. A estratégia desses senadores pró-Demóstenes não seria votar contra a cassação, mas se ausentar do plenário no dia da votação.

Os senadores Ana Amélia Lemos (PP-RS), Pedro Taques (PDT-MT), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e o relator do caso Demóstenes, Humberto Costa (PT-PE), reuniram-se no plenário do Senado na quinta-feira para definir estratégias para evitar a pizza. O grupo tem duas metas fundamentais: tentar uma alternativa que force os senadores a abrirem seus votos e combater as ausências no dia da votação em plenário. O voto para cassação de mandato é aberto no Conselho de Ética e fechado no plenário.

Para Demóstenes ser cassado, será preciso que 41 senadores apoiem o pedido de cassação. As ausências têm exatamente o mesmo efeito do voto pela absolvição. Rollemberg, Taques, Ana Amélia e Humberto Costa definiram que vão usar as redes sociais na internet para tentar irradiar o alerta de que o senador que se ausentar da votação estará ajudando Demóstenes. "Há um movimento subterrâneo para incentivar a ausência", diz Rollemberg.

A meta do grupo ao alardear a situação na internet é evitar que os colegas busquem desculpas, como viagens profissionais e doenças de família, no dia da votação. Outra estratégia é tentar garantir a publicidade dos votos no plenário do senador que assim desejar.

No entanto, ainda não está definida qual a melhor forma de fazer isso. O grupo incumbiu o senador Pedro Taques, que era procurador da República, de estudar uma forma jurídica para assegurar a publicidade dos votos.

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