Uma ala do PMDB do Paraná está articulando a saída do presidente estadual do partido, Waldyr Pugliesi, para que o cargo passe a ser ocupado pelo governador Roberto Requião depois que ele deixar o governo do estado, no próximo mês. A mobilização encabeçada pelo diretório do PMDB de Curitiba cresceu nos últimos dias, mas Pugliesi afirma que não foi consultado sobre o assunto.
O dirigente fez um desabafo ontem na tribuna da Assembleia Legislativa e disse que o grupo da capital deveria estar organizado para ajudar na eleição do vice-governador Orlando Pessuti para o governo do estado e não para disputas internas. "Não seria melhor esse pessoal destinar tanta vitalidade para a campanha do que ferir um velho e leal companheiro?", questionou.
Segundo Pugliesi, o governador Roberto Requião não pediu para ele deixar o cargo nem disse que o tema precisaria ser discutido.
A explicação do presidente municipal do PMDB, Doático Santos, é que muita gente no partido entende que Requião precisa assumir o cargo porque só assim poderá promover uma mobilização social no Paraná na campanha eleitoral. "O Pugliesi sabe que temos por ele o maior apreço e constrangimento diante dessa situação, mas temos responsabilidade de preparar o partido para a eleição estadual mais difícil da nossa história e o Requião é nossa maior liderança", disse.
Embora garanta que a troca será definida por meio de consenso porque o PMDB é um partido democrático, Doático Santos sinaliza que a decisão já teria sido tomada e pode ser oficializada na quinta-feira, durante reunião do diretório do partido na capital, para dar a " largada para a Chamada Geral Requião 2010", com a presença de filiados e simpatizantes do PMDB. "Nossa posição é apoiada por todos os diretórios municipais do estado, é uma decisão da base popular do partido", garante.
Deputados estaduais criticam a forma como o processo está sendo conduzido e não acreditam na saída de Pugliesi. "Isso não é assunto para ser discutido pela imprensa. A posição do PMDB de Curitiba não é oficial", disse o peemedebista Caíto Quintana.
O líder do PMDB na Assembleia, Luiz Cláudio Romanelli, também defendeu a permanência do presidente do partido. "Pugliesi vai cumprir o mandato até o fim e ponto, não haverá renúncia coletiva do diretório estadual", assegurou.
Para Doático Santos, a bancada estadual vai acabar aceitando a mudança porque também seria beneficiada com a "boa condução" do partido por Requião.(KC)
Deixe sua opinião