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Após ajudarem a levar milhões de pessoas às ruas para atos pró-impeachment em centenas de cidades brasileiras, os grupos organizadores dos protestos centram agora suas atenções na pressão junto aos responsáveis pela votação do processo no Congresso. Os alvos são os parlamentares que não declararam explicitamente seu posicionamento a respeito do processo.

O grupo Vem Pra Rua, por exemplo, mapeou declarações públicas contra e a favor do impeachment feitas por parlamentares em suas redes sociais e páginas oficiais.

A organização constatou que 148 deputados não se posicionaram publicamente sobre o tema. O grupo criou então uma ferramenta para estimular seus apoiadores a pressionar os “indecisos” a se posicionarem de forma explícita sobre a questão.

De acordo com o Mapa do Impeachment, criado para tabular os dados disponíveis, se a votação do processo de impeachment fosse hoje a presidente Dilma Rousseff teria garantida sua permanência no cargo. O grupo tabulou 244 deputados que declararam publicamente votarem a favor e 120 contra - o número mínimo para que o processo passe na Casa é de 342.

Para “virar o jogo”, o grupo estimula seus seguidores a exercerem pressão diretamente sobre os parlamentares “indecisos”. Na página da ferramenta, o internauta tem acesso a dados dos políticos, como a declaração de bens, seus doadores de campanha e votação nas cidades, além do telefone e e-mail dos respectivos gabinetes. Os seguidores dos grupo são estimulados a entrarem em contato com os parlamentares para forçá-los a se posicionarem publicamente.

A pressão é feita também junto aos senadores, responsáveis pela condução do processo caso ele seja aprovado na Câmara. De acordo com o levantamento, no Senado, 34 parlamentares declararam publicamente serem a favor do impeachment, 26 disseram ser contra e 21 estariam indecisos. O número mínimo de votos para garantir o afastamento da presidente é de 54.

O levantamento foi feito por um grupo de cerca de 80 voluntários apoiadores do grupo, entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro passados.

O empresário Rogério Chequer, porta-voz do movimento, afirma que a ferramenta é um instrumento de cidadania. “O Mapa do Impeachment é uma ferramenta inédita que permite aos brasileiros exercerem sua cidadania de forma instantânea, na velocidade da internet, e exigir que seu parlamentar vote pelo impeachment”, afirmou o representante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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