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Seis vereadores de Guarapuava, no Centro-Sul do estado, são investigados por suspeita de terem se apropriado de parte dos salários de um funcionário da Câmara de Guarapuava. O presidente da Casa - vereador Ademir Strechar (PMDB) - foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR) na terça-feira (25), durante a Operação Fantasma.

Uma das suspeitas do Gaeco é de que os vereadores se apropriavam também dos salários de assessores fantasmas. Dezessete funcionários da Câmara de Guarapuava também são investigados. Os desvios de dinheiro público da Câmara de Guarapuava podem chegar a R$ 1,2 milhão, de acordo com o Gaeco.

Trinta mandados de busca e apreensão serão cumpridos pelo Gaeco nesta quarta-feira na Câmara, casas e locais de trabalhos dos suspeitos de participar do esquema e também na 6ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). Mandados de busca e apreensão na Câmara também foram cumpridos na terça-feira. Policiais estiveram no local até as 16h desta quarta-feira onde foram realizadas buscas em todas as salas e gabinetes. Computadores e documentos foram apreendidos. Todo o material deve ser analisado as investigações terão continuidade.

O vereador licenciado Fernando Alberto dos Santos foi preso nesta manhã por porte ilegal de arma. Ele ocupa o cargo de diretor-presidente da Companhia de Serviços de Urbanização de Guarapuava.

O Gaeco foi à casa do vereador para cumprir um mandado de busca e apreensão e encontrou a arma. Santos pagou fiança e já havia sido liberado por volta das 12h50.

Outro vereador investigado é Thiago Córdova. Ele é chefe da Ciretran. O órgão foi fechado durante a manhã para que documentos fossem apreendidos e foi reaberto em seguida.

Prisão do presidente da Câmera

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a prisão ocorreu no momento em que Strechar recebia parte dos vencimentos de um servidor. Há indícios de que outros funcionários também fossem obrigados a repassar parte dos salários ao vereador. A prisão ocorreu no gabinete da presidência da Câmara. Strechar estava com R$ 12 mil em dinheiro - R$ 1 mil que ele havia acabado de receber do servidor, segundo o MP. O presidente da Casa também portava uma série de holerites de outros funcionários, o que reforça a hipótese de que o esquema abranja outros servidores.

O Gaeco descobriu o esquema após denúncia do próprio servidor. Antes de repassar a metade do salário deste mês a Strechar, ele anotou os números de série das cédulas para comprovar o crime. "Inicialmente, ele [Strechar] quis justificar, dizendo que o dinheiro era fruto de outra atividade, mas acabou reconhecendo o crime", segundo o MP-PR.

Strechar continuava preso até as 17h desta quarta-feira.

O esquema

De acordo com o Gaeco, o esquema foi articulado pelo próprio Stracher e funcionava pelo menos desde 2009. O presidente da Câmara fazia pessoalmente o pagamento dos salários aos servidores em cheque. Em seguida, os funcionários descontavam o cheque em banco e repassavam o equivalente a metade dos vencimentos ao vereador.

A informação repassada pelo MP-PR na terça-feira foi de que o único alvo da operação era o presidente da Câmara e que outros vereadores não seriam investigados. Strechar vai responder por peculato. Como tem foro privilegiado, ele deve permanecer detido em uma prisão especial.

A Gazeta do Povo tentou contato, por telefone, com a Câmara de Guarapuava, mas não conseguiu.

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