
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, saiu em defesa ontem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que confessou ter feito lobby para conseguir ser indicado para uma vaga no Supremo. Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada no domingo, Fux disse que chegou a procurar o ex-ministro José Dirceu, já réu no processo do mensalão, para tentar viabilizar a sua indicação ao STF. Para Gurgel, não houve "nada irregular" nesses contatos.
O procurador-geral ligou a informação ao que chamou de campanha de desmoralização do Supremo e do Ministério Público, patrocinada por "inconformados com o resultado do julgamento", que teria ainda tentado incluir o nome dele no relatório da CPI do Cachoeira. "Fux, na entrevista que concedeu, demonstra que nada houve de irregular", afirmou Gurgel.
Em meio à análise do processo do mensalão, no qual tem sido implacável com os réus, os encontros com os petistas foram se espalhando no PT e na comunidade jurídica. Gurgel, porém, minimizou as articulações de Fux e elogiou sua atuação no cargo, que ele ocupa desde 2011, quando foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff.
Questionado se o episódio teria relações com retaliações do PT, o procurador concordou. "Teremos ainda, mesmo após a conclusão do julgamento, algumas tentativas de desmoralização de pessoas do Supremo e do Ministério Público", afirmou.



