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Mounir Chaowiche: presidente da Cohapar afirma que interesse pessoal não fica à frente do plano habitacional do governo | Ricardo Almeida/SCMS
Mounir Chaowiche: presidente da Cohapar afirma que interesse pessoal não fica à frente do plano habitacional do governo| Foto: Ricardo Almeida/SCMS
  • Confira quem são os chefes regionais da Cohapar

A nomeação dos gerentes regionais da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) evidencia a prevalência de critérios políticos para designar quem ocupa os cargos de chefia no governo do estado. Dos treze escritórios re­­gionais da autarquia, apenas três são comandados por técnicos com alguma experiência na área de habitação e engenharia. Os demais servem para abrigar aliados políticos de deputados in­­fluentes nas respectivas regiões e também para acomodar cabos eleitorais que trabalharam na cam­­panha do governador Beto Ri­­cha (PSDB).

A área de habitação – escolhida para receber a primeira grande ação política efetiva do atual governo, após os primeiros cem dias de mandato – é cobiçada pelos partidos da base governista em razão da visibilidade que proporciona. Os ocupantes das chefias regionais, muitas vezes, usam os cargos na Cohapar como trampolim para projetos eleitorais pessoais.

De acordo com o cientista po­­lítico Sérgio de Azevedo, da Uni­­versidade Estadual do Norte Flu­­minense (Uenf), a habitação ocupa posição de destaque no jogo político por se tratar de um bem escasso e cobiçado pelo povo de baixa renda. Por outro lado, apresenta custo relativamente baixo para o Estado. "O controle das companhias de habitação é fonte de grande poder e tem importância crucial na eleição ou reeleição de um candidato", afirma Azevedo. Fator que explica o interesse de deputados, prefeitos e vereadores em colocar pessoas de seu grupo político no comando das regionais da Cohapar, a exemplo do que ocorre na maioria dos estados brasileiros.

Para o presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche, a autarquia buscou um equilíbrio entre os nomes técnicos e políticos na composição das gerencias regionais. "Além de competência para gestão pública, escolhemos nomes com perfil de habilidade política para lidar não apenas com as prefeituras, mas com outras entidades que fazem parte do processo, como IAP, Sane­par, governo federal e os movimentos sociais", avalia.

Chaowiche ressalta que todas as indicações foram avaliadas pela diretoria da autarquia e pela Casa Civil e que mesmo os aliados políticos estão sujeitos ao contrato de gestão com o governo. "A entrada pode até se dar por uma indicação política, mas a manutenção dos gerentes de­­pende da postura ética comprometida com os objetivos. Os interesses pessoais não serão colocados à frente do plano de política habitacional do governo", afirmou.

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