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A hélice do helicóptero que caiu no último domingo (22) na Zona Sul de São Paulo foi acionada de forma improvisada, segundo depoimento prestado na segunda-feira (23) por uma das vítimas do acidente. O passageiro Aroldo Antônio Oliveira, de 45 anos, ainda no hospital, disse ao delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa, do 96º Distrito Policial, que o piloto pediu a membros da equipe de terra que "dessem um tapa" no equipamento para poder decolar.

Aroldo voltava do autódromo de Interlagos, onde houve a disputa da última corrida da temporada da Fórmula-1. Na saída do evento, indicaram que ele e o filho de 13 anos deveriam seguir para uma aeronave que não estava no heliponto, mas em um gramado.

Os dois entraram no helicóptero e sentaram de costas para o piloto. Quando a aeronave foi ligada, o pai ouviu o comandante dizer para a equipe de terra "dar um tapa na hélice". "Segundo o depoimento do Aroldo, foi como se a aeronave pegasse no tranco", afirmou o delegado.

A vítima disse também ter reparado que a aeronave ainda não tinha sido usada pela empresa durante o evento. "Ele intuiu que algo estava errado", disse Barbosa.

Na chegada ao hotel, ao perceber que a aeronave tinha desviado do heliponto, Aroldo achou que o pouso ocorreria em outro lugar. "Ele achou que iam pousar em outro prédio. Aí, viu que a aeronave começou a rodopiar em sentido horário e a fazer movimentos pendulares. Em um momento, sentiu o helicóptero bater com a cauda num prédio e descer muito rapidamente", relata o delegado. Na opinião de Aroldo, o piloto foi muito hábil por conseguir evitar uma tragédia maior.

Barbosa afirma que ainda não é possível tirar conclusões sobre o caso. Ele aguarda a entrega de um laudo da perícia, que deve levar um mês para ficar pronto e diz que ainda é necessário ouvir os outros envolvidos, especialmente o piloto, que ainda não tem condições de depor. "Nosso objetivo é agilizar os depoimentos das pessoas para poder saber se houve falha humana ou mecânica. Temos que falar com todos, principalmente com o piloto".

O filho de Aroldo, o menino Aroldo Mendonça Júnior também conversou com o delegado na segunda-feira (23). Ele confirmou que a aeronave estava em um gramado, e não no heliponto, e sobre o momento do acidente, disse só lembrar do forte impacto e das dores que sentiu. Pai e filho moram no Rio de Janeiro e estão internados no Hospital Sírio Libanês, na Zona Sul de São Paulo.

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