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O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), foi eleito ontem por unanimidade conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Numa eleição aberta e sem surpresas, o deputado recebeu os votos dos 48 deputados presentes. Brandão foi escolhido para ocupar a sétima vaga de conselheiro, cargo vitalício responsável pela análise e aprovação das contas públicas.

Cada deputado declarou publicamente o voto, e a sessão acabou se transformando numa homenagem de despedida.

Até o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, que rompeu com Hermas Brandão durante a campanha eleitoral por divergências no apoio ao candidato a governador, disse que deixou as questões partidárias de lado. "Não são as rusgas presentes que mudarão meu conceito sobre o deputado Hermas Brandão. Quero crer que cargo tão relevante será ocupado por um homem sensato, justo e imparcial, com os olhos voltados sempre ao interesse público", disse. Emocionado, Hermas chorou ao cumprimentar Rossoni após o discurso.

Outros deputados também pediram espaço antes da votação para elogiar Brandão. José Domingos Scarpellini (PSB) afirmou que a corte do TCE tem sido "técnica e política" no julgamento das contas de prefeituras e câmaras municipais, e a presença do deputado deve melhorar a atuação do órgão. Vanderlei Iensen (PMDB) disse que a mesma competência que Hermas Brandão teve como presidente terá como conselheiro.

Para Cleiton Kielse, a votação era especial porque o escolhido vai suceder a seu pai, o ex-conselheiro Quielse Crisóstomo, que morreu em fevereiro e abriu a vaga para a escolha de um novo nome.

Após o resultado, Hermas Brandão recebeu uma documento em papirus assinado por todos os deputados enaltecendo sua atuação política. "Estou emocionado. Este é o nosso primeiro lar, ficamos mais aqui do que na nossa casa. Não gosto de despedida, isso aqui é um até breve. Nós, políticos, só ganhamos os amigos que fazemos", afirmou.

Os outros cinco candidatos ao cargo tiveram a chance de pedir apoio na tribuna, mas apenas três acompanharam a sessão. O assessor do Tribunal de Contas, Harry Avon, defendeu a presença de técnicos para ocupar a vaga de conselheiro através de concurso público.

O funcionário da Cohab, Waldemar Teodoro, disse que o Tribunal de Contas é um "braço" da Assembléia e é necessária uma parceria entre os dois poderes. O professor universitário Jorge de Souza conclamou os deputados a "quebrar o paradigma" de eleger apenas políticos para o cargo de conselheiro. O contador Antônio Hanauer e o presidente do Instituto Curitiba de Saúde, Augusto Canto Neto, não compareceram.

Hermas Brandão pretende concluir o mandato de deputado, que vai até 31 de janeiro, para depois tomar posse no Tribunal de Contas. No cargo, diz que vai lutar por maior orientação na prestação de contas em vez de punições aos prefeitos.

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