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A preocupação com a violência está afetando o comportamento sexual do brasileiro: nos grandes centros urbanos, os casos de impotência vêm tendo uma incidência duas vezes e meia maior que nas cidades rurais.

- Isso considerando que os homens comparados têm perfis iguais, a mesma faixa etária e o mesmo nível de saúde. Estamos começando um estudo para ter mais dados sobre o assunto - disse a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, durante o 1º Fórum de Sexualidade Lilly, realizado na semana passada em São Paulo.

Tamanho e prazer

No evento, que contou ainda com a participação do urologista Luiz Otávio Torres e do sexólogo Gérson Lopes, o tema principal foram os mitos relacionados ao sexo. A influência do tamanho do pênis na qualidade da relação foi um dos assuntos de destaque.

- O tamanho médio do pênis do brasileiro é 14 centímetros, em ereção. A grande maioria tem entre 10,5 e 17 centímetros. A gente considera anormal o "micropênis", que tem menos de 7,5 centímetros em ereção. Nesse caso, sim, há procedimentos cirúrgicos para aumentar o tamanho. Mas eles envolvem riscos e, quando muito bem-sucedidos, consegue-se aumentar três centímetros - explicou Torres, acrescentando que as operações com finalidade puramente estética são condenadas pela Sociedade Brasileira de Urologia.

Segundo o urologista, o tamanho do órgão masculino não influencia no prazer da parceira:

- A vagina não fica aberta. É um "buraco virtual" que se amolda ao que entra nela. E, depois de cinco centímetros, não é enervada.

Excitação é a parte mais importante do prazer

Nos consultórios de urologia e de sexologia, uma das queixas mais freqüentes dos homens é a dificuldade para ter ou manter a ereção. No fórum realizado em São Paulo, Torres surpreendeu ao abordar o problema com homossexuais.

- A homossexualidade aumenta de 1,5 a 1,8 o nível de disfunção erétil em relação aos heterossexuais. Em parte, isso ocorre porque muitos homens têm ainda dificuldade para aceitar sua sexualidade. Outro motivo é que o homem acaba comparando sua ereção com a do outro, gerando uma pressão - explicou o urologista. Para os especialistas presentes no evento, o orgasmo deve ser encarado apenas como uma parte - e não a mais importante - do sexo.

- O orgasmo não é sinônimo de prazer, é só parte do prazer - defendeu o sexólogo Gérson Lopes.

- É uma raridade um casal chegar junto ao orgasmo. Ainda há muito fingimento nessa questão. Acho até que nem se deve tentar, porque as pessoas se preocupam tanto com isso e, daí, vêm as frustrações. Para a mulher, o antes e o depois é ainda melhor que o durante. A excitação é a parte mais importante do prazer.

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