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O gramado do Congresso amanheceu repleto de cruzes brancas, faixas e balões coloridos em protesto contra a falta de atenção ao sistema único de saúde (SUS) e a Medida Provisória 261, que destina R$ 1,2 bilhão do orçamento do Ministério da Saúde para o programa Bolsa-Família. Uma das faixas traz a inscrição "SOS Santas Casas e Hospitais Filantrópicos", que estariam ameaçados de fechar por falta de dinheiro. Numa nota divulgada pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais Filantrópicos e Entidades Filantrópicas (CMB), os organizadores do protesto afirmam que o "poder público transferiu para o setor privado o seu dever constitucional de garantir a saúde para todos" e pedem que a sociedade "defenda o seu plano de saúde, o SUS."

Segundo a nota, o SUS não tem capacidade de atender a todos os brasileiros e tem 34,9% dos leitos do país. Os hospitais privados têm outros 29% dos leitos disponíveis. Já as santas casas e os hospitais filantrópicos, que não têm fins lucrativos, oferecem ao SUS 130 mil leitos, ou 34,3% dos 379 mil leitos disponíveis ao SUS no país. No total, a rede filantrópica tem 263 mil leitos (32,8%) dos 496 mil leitos hospitalares. A nota diz ainda que, em 56% dos municípios do país, as santas casas e hospitais filantrópicos são o único serviço de atendimento pelo SUS.

A CMB cita um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) que mostra que o governo federal gastou em 2004 na área de saúde R$ 189,50 por pessoa, uma queda de 11% em relação ao valor per capita de 1995, ano em que o SUS começou a funcionar. O estudo diz ainda que o primeiro ano do governo Lula destinou R$ 176 por pessoa, o menor gasto em saúde per capita desde a criação do SUS. A CMB tem o apoio da Frente Parlamentar da Saúde.

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