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A ministra das Relações Ins­­titucionais, Ideli Salvatti, disse ontem que "não pediu" a doação eleitoral feita por uma empresa que mantém contrato com o Ministério da Pesca. Ela disse ainda que a doação, feita ao PT de Santa Catarina, e que beneficiou sua campanha ao governo do estado em 2010, foi "legal".

Segundo a ministra, ela "não pode dizer se foi um equívoco ou não" o fato de o Ministério da Pesca ter comprado da empresa 28 lanchas. O Tribunal de Contas da União apontou superfaturamento e direcionamento da licitação para o fornecimento das lanchas, compradas por R$ 31 milhões. Ideli nega qualquer relação com a empresa e sustenta que os contratos foram fechados em gestões anteriores. A ministra também afirmou que seria uma "temeridade" não efetivar o pagamento final do contrato.

"Minhas contas foram totalmente aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, sem qualquer observação. A doação foi feita para o comitê eleitoral do Partido dos Trabalhadores, que repassou recursos para as contas de todos os candidatos. Foi uma doação legal. Eu não tive envolvimento nem pedi."

O PT de Santa Catarina controla o ministério desde que a pasta foi criada, em 2003. Um dos donos da empresa disse ter recebido pedido de doação de um funcionário do ministério nas eleições de 2010.

A ministra disse ainda que não pode se responsabilizar pelo contrato. "Eu não posso dizer se foi um equívoco ou não. Quando cheguei ao ministério, tomei todas as providências no sentido de agilizar que as lanchas fossem utilizadas, entregues, fossem repassadas. Não posso me responsabilizar."

A reportagem apurou que a ministra apresentou ontem suas explicações sobre o caso à presidente Dilma Rouseff, que retornava de viagem oficial à Índia. A ministra disse que está tranquila e que, se acionada, vai se explicar à Comissão de Ética da Presidência. O PSDB já pediu que ela seja investigada.

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