“Independência” de Aldo divide paranaenses

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Curitiba – Deputados federais e lideranças políticas paranaenses divergem quanto aos resultados políticos da eleição do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) à presidência da Câmara dos Deputados. Embora o perfil de Aldo receba elogios tanto dos parlamentares mais ligados ao governo, quanto dos oposicionistas; o entendimento do bloco PFL-PSDB é de que um ex-ministro de Lula na presidência da Câmara pode complicar a independência do Legislativo.

"Não é nem pelo Aldo que tem uma passado político bonito. Mas o mesmo grupo que apoiava o Severino Cavalcanti (ex-presidente da Câmara que renunciou ao mandato) foi fundamental para a vitória do governo. Esse grupo ganha força, pode complicar as investigações em curso e abre um precedente perigoso. Toda votação importante vai, a partir de agora, exigir um custo adicional do governo", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), membro da CPI dos Correios.

"O Aldo goza da simpatia de todos na Câmara, mas é testemunha de defesa do José Dirceu (PT-SP). A câmara não escolheu o candidato que representaria a independência", ressaltou o deputado Eduardo Sciarra (PFL-PR).

No PT, depois uma série de derrotas do governo, o sentimento era de alívio. "Quem abriu guerra contra o governo foi a oposição que polarizou as forças no Nonô, por isso temos que comemorar. Mas a vitória foi da Câmara, foi da democracia", afirmou um eufórico André Vargas, presidente do PT no Paraná e deputado estadual que não escondeu o tom de desabafo: "Consigamos dar uma estabilizada. "

A expectativa geral é de que Aldo lidere um processo de limpeza da imagem da Câmara, abalada por uma série recente de denúncias de corrupção.

"Pelo menos a Câmara vai voltar a se portar como uma instituição, como um poder da República", salientou o deputado federal Doutor Rosinha (PT-PR).

"O governo usou, dentro das regras do jogo, da pressão da máquina no Parlamento. Porém, espero, como cidadão, que haja apuração eficiente de todas as denúncias existentes no Congresso. A investigação está muito devagar", disse o presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, deputado Hermas Brandão (PSDB).