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O índice de desmatamento estimado da Amazônia entre agosto de 2005 e agosto de 2006 (de 13.100 km2) é o segundo menor desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a fazer o levantamento anual, em 1988. A estimativa foi feita com base em imagens de satélite de áreas onde foram registrados 67% do desmatamento no período anterior.

O Ministério do Meio Ambiente anunciou nesta sexta-feira uma estimativa de redução de 30% na taxa de desmatamento da Amazônia no período 2005/2006. Segundo o Inpe, trata-se da segunda queda consecutiva, já que entre 2004 e 2005 a taxa de redução foi de 31%.

Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a redução do desmatamento é motivo de muita alegria e confirma a preocupação do governo com a preservação do meio ambiente. Ela ressaltou o trabalho conjunto de treze ministérios "para dar conta desse grande desafio" e citou algumas ações que colaboraram com a redução do desmatamento.

Já o WWF-Brasil atribuiu a redução da taxa de desmatamento a uma vitória da ministra , mas ressaltou que é preciso agora dar condições de governança para que a queda se mantenha. Segundo o WWF, isso só poderá ocorrer se houver metas claras para a redução contínua do desmatamento , mais recursos para o plano de combate ao desmatamento, linhas de crédito para manejo florestal e um sistema de licenciamento integrado entre os estados.

O Plano de Prevenção e Controle ao Desmatamento da Amazônia Legal foi criado em 2004 e reúne 13 ministérios na implementação de medidas para a região, com foco no desenvolvimento sustentável e combate a crimes ambientais. Uma das medidas é a ampliação do número de áreas sob proteção federal, que passou de 30 milhões para 49,2 milhões de hectares, com a criação de mais 19 milhões de hectares de unidades de conservação. Além disso, mais de 66 mil propriedades irregulares foram inibidas e homologadas cerca de 93 mil km2 de terras indígenas.

Diversas ações de monitoramento e controle foram desencadeadas em diferentes setores do governo. O resultado foi a apreensão de 814 mil m³ de madeira em tora, de 471 tratores, 171 caminhões e 643 motosserras usados nos desmatamentos e a emissão de multas no valor de R$ 2,8 bilhão.

De acordo com a ministra, as ações do governo que levaram à redução do desmatamento também evitaram a derrubada de um bilhão de árvores e preservaram a vida de 40 milhões de aves e um milhão de primatas.

Marina Silva lembrou ainda que o Ibama realizou 95 operações contra o desmatamento em 2006 e destacou outras grandes operações conjuntas com a Polícia Federal na Amazônia que resultaram na prisão de 379 pessoas, sendo 71 servidores do Ibama, 19 servidores públicos de outros órgãos e 289 madeireiros e lobistas, além da implosão de 23 pistas de pouso clandestinas.

- É a nova mentalidade de combater a ilegalidade, e também se estabeleceu ali um novo padrão de desenvolvimento sustentável, como a criação de 20 milhões de hectares de unidades de conservação em área de conflito predatório - afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Siva, que participou da cerimônia de anúncio da redução do desmatamento na Amazônia, disse que seu governo está "ensinando como fazer as coisas corretas neste país", como respeitar o meio ambiente. O presidente criticou os países ricos, como os Estados Unidos, afirmando que eles têm poucos conselhos a dar sobre preservação.

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