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Operação Porto Seguro

Indiciado pela PF é fiador de Adams

Situação revela proximidade entre José Weber de Holanda e o advogado-geral da União, que alega que a relação entre os dois era “profissional”

Luís Inácio Adams: após escândalo, pedido para que mobiliária substitua Weber como avalista no contrato de aluguel | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Luís Inácio Adams: após escândalo, pedido para que mobiliária substitua Weber como avalista no contrato de aluguel (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

O ex-advogado-geral-adjunto da União José Weber Holanda, indiciado por corrupção passiva pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, é fiador de um contrato de aluguel da casa em que vive o ministro Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU). Na prática, Weber poderia ser considerado responsável pelas dívidas de Adams, caso ele deixasse de fazer algum pagamento ao proprietário do imóvel. O ministro da AGU mora em uma casa no Lago Norte – bairro nobre de Brasília.

A informação foi divulgada na tarde de ontem no blog do jornalista Gerson Camarotti, no site G1. A AGU confirmou o fato e disse que Adams pediu à imobiliária a substituição de Weber como avalista depois do escândalo.

A participação de Weber em um contrato de aluguel de Adams revela uma proximidade entre o advogado-geral da União e seu adjunto – que foi exonerado no dia 26 de novembro depois que a Polícia Federal o acusou de beneficiar empresas de aliados de Paulo Vieira, apontado como chefe do esquema desmantelado na Operação Porto Seguro.

Em nota enviada à reportagem, Adams informou que chegou a frequentar a casa de Weber, mas alegou que a relação entre os dois era "profissional". "Eu conheci o Weber trabalhando na AGU. Durante esses dez anos de convivência, cheguei a frequentar a casa dele em alguns momentos. No entanto, na maioria das vezes, a minha relação com ele era técnica e profissional", afirmou o ministro.

Na quarta-feira, no Senado, o advogado-geral da União disse que confiava em Weber, mas afirmou que se sentiu traído depois que foi descoberta a participação de seu adjunto no esquema de fraude de pareceres técnicos. "Eu levei um técnico, uma pessoa que acreditava que cumpria uma função, mas infelizmente ele quebrou a confiança e a quebra da confiança é algo que não se recompõe", afirmou Adams.

A Polícia Federal acusa Weber de ter recebido dinheiro e duas passagens de navio do grupo de Paulo Vieira para beneficiar processos do ex- senador Gilberto Miranda na AGU. Ele nega que tenha recebido propina e diz que pagou pelos bilhetes.

De acordo com a PF, Weber teria interferido em um processo da Secretaria de Patrimônio da União sobre a Ilha de Cabras, em Ilhabela, São Paulo. O objetivo era permitir que a AGU fizesse uma análise jurídica para que Miranda mantivesse a ocupação das terras. O ex-senador construiu uma mansão e um heliporto na ilha.

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