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“Eu faço o que o Zeca não faz. Estou sempre em contato com o povo.”Juayaraci Magarinary Kuyaraguy, o Goiano, candidato a prefeito pelo PSDC | Asmar Nunes/Gazeta do Povo
“Eu faço o que o Zeca não faz. Estou sempre em contato com o povo.”Juayaraci Magarinary Kuyaraguy, o Goiano, candidato a prefeito pelo PSDC| Foto: Asmar Nunes/Gazeta do Povo

Aos 86 anos, o índio Juayaraci Magarinary Kuyaraguy (PSDC), conhecido como Goiano, disputa a quarta eleição em Cruzeiro do Oeste, no Noroeste do estado, e pela segunda vez consecutiva vai enfrentar nas urnas José Carlos Becker de Oliveira e Silva (PT). Conhecido como Zeca Dirceu, o filho do ex-ministro da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, é prefeito e concorre à reeleição. Em 2004, Zeca Dirceu fez 72% dos quase 14 mil votos da cidade e Goiano dividiu o restante com outros três candidatos. Agora ele acha que vai ser diferente, principalmente em função das restrições na propaganda eleitoral.

Goiano, que deixou a reserva indígena Caiapó no interior de Goiás quando criança, não teve mais contato com a cultura indígena. Ele diz que ainda espera pelo material de divulgação para pedir votos e acha que as restrições à campanha foram boas para todos os candidatos, pois vão evitar gastos e poluição na cidade. O índio Goiano já foi candidato a vereador, a deputado federal e a prefeito, mas nunca conseguiu se eleger. O máximo que obteve foram 285 votos na eleição de 2004. Ele diz que agora vai ser mais votado porque está sempre na rua, no meio do povo e ouve declarações de apoio."Eu faço o que o Zeca não faz. Estou sempre em contato com o povo." Mesmo quando está em campanha, Goiano freqüenta velórios – até de desconhecidos. "Nunca vi o Zeca nesses lugares ou conversando com alguém".

Goiano vive da aposentadoria e ganha um salário mínimo por mês. Mora com a filha, uma neta e dois bisnetos. Ele conta que vai gastar R$ 3 mil na campanha – fruto da poupança e da ajuda de amigos. O candidato não concluiu o ensino fundamental, mas se considerado instruído. Se eleito, pretende construir um aeroporto, lutar pela execução da ferrovia Cianorte-Cruzeiro-Guaíra e pela implantação de uma faculdade. As propostas mais polêmicas são transferir a rodoviária, o ginásio de esportes e o Departamento de Trânsito para outros locais.

2004

Há quatro anos, Cruzeiro do Oeste viveu uma das maiores campanhas eleitorais de sua história – puxada pelo batalhão de cabos eleitorais do petista Zeca Dirceu. O pai dele, na época o ministro da Casa Civil, ajudou a dar grandiosidade à campanha e chegou a participar de reuniões, carreata e comício em favor do filho. A mãozinha do pai valeu a pena. Zeca Dirceu foi eleito com um dos maiores índices de votação do Paraná e chegou à prefeitura da cidade onde Zé Dirceu viveu na clandestinidade entre 1975 e 1979 com o nome falso de Carlos Henrique Gouveia de Mello, para fugir da ditadura militar. O ex-ministro casou-se com Clara Becker e do relacionamento nasceu Zeca Dirceu.

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