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O delegado responsável pela investigação de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto, a 314 km de São Paulo, concluiu na tarde desta terça-feira o inquérito que pede a prisão preventiva do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O relatório final deve chegar à Justiça na quarta-feira (20). O delegado Benedito Valencise afirmou que Palocci coordenava o esquema de fraude em contratos de limpeza na cidade. Outras nove pessoas também têm as prisões preventivas pedidas no relatório, entre elas o sucessor de Palocci na prefeitura, Gilberto Maggioni.

Valencise, no entanto, admitiu que Palocci não será preso nos próximos dias porque está amparado pela lei eleitoral, que proíbe a prisão de candidatos a 15 dias das eleições.

O ex-ministro e as outras nove pessoas foram indiciados pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. "Esse grupo constituiu uma verdadeira organização criminosa que atuou durante quatro anos na cidade. A função do ex-prefeito [Palocci] era de coordenador do esquema", afirmou. O delegado afirmou também que o total superfaturado em contratos com a empresa Leão Leão soma R$ 30 milhões.

De acordo com o delegado, as investigações mostraram que Palocci recebia R$ 50 mil reais de propina para favorecer a Leão Leão. As irregularidades são relativas ao período entre 2001 e 2004. Palocci governou a cidade por dois destes anos, 2001 e 2002.

O advogado do ex-ministro, José Roberto Batochio, classificou a ação do delegado como "pirotecnia às vésperas das eleições" e lembrou que o Código Eleitoral proíbe a prisão de qualquer candidato a 15 dias das eleições. Palocci é candidato a deputado federal. "Ou [o delegado] ignora o Código e as leis, ou age de má fé", acrescentou. Batochio pediu esta tarde ao juiz da 1ª Vara Criminal de Ribeirão Preto a decretação de segredo de justiça no inquérito.Inferno astral

No dia 11 deste mês, a Polícia Federal indiciou o ex-ministro por quebra de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário, prevaricação e denúncia caluniosa, por acreditar que ele teve envolvimento no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que acusou o petista de freqüentar uma mansão em Brasília usada para receber lobistas. O caso custou o cargo a Palocci, que deixou o governo em março deste ano.

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