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“Não quero mais negociar [a indicação para os Transportes] porque o negócio não desenvolve. (...) E isso significa que estamos na oposição.”
Blairo Maggi (MT), líder do PR no Senado |
“Não quero mais negociar [a indicação para os Transportes] porque o negócio não desenvolve. (...) E isso significa que estamos na oposição.” Blairo Maggi (MT), líder do PR no Senado| Foto:

Sem vetos

Para manter o Trabalho, PDT recua

Agência Estado

Com receio de perder o Ministério do Trabalho para o PTB, o comando nacional do PDT recuou ontem do veto ao nome do deputado pedetista Brizola Neto (RJ) para a pasta. Em nota, o presidente do PDT, Carlos Lupi, informou que não há nomes vetados.

Brizola é o preferido do Planalto por ter bom trânsito com as centrais sindicais. Mas Lupi, que deixou o ministério em dezembro sob acusações de irregularidades, queria indicar um aliado de sua escolha. No entanto, diante da possibilidade de a presidente Dilma indicar um petebista para o Trabalho, Lupi recuou. Hoje, o Ministério do Trabalho é comandado interinamente por por Paulo Roberto Pinto, filiado ao PDT.

Apenas um dia depois de tentar acalmar a ala rebelde do PMDB indicando um senador do grupo para a liderança do governo no Senado, o Planalto perdeu o apoio do PR na Casa. Os senadores do partido decidiram ontem encerrar as negociações com o Planalto para indicar o ministro dos Transportes e, imediatamente, romperam com o governo. Agora, os sete senadores do PR passam oficialmente a ser oposição. A bancada de 40 deputados da legenda na Câmara deve seguir o mesmo destino e migrar para a oposição.Desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu, no ano passado, o PR vinha votando de forma alinhada às orientações do Planalto, embora oficialmente se declarasse independente. A crise entre o partido e Dilma começou com a queda de Alfredo Nascimento, presidente nacional do PR, do Mi­­nistério dos Transportes, em julho passado. Dilma decidiu nomear o secretário-executivo da pasta, Paulo Passos, como titular do ministério. Embora Passos seja filiado ao PR, ele não é considerado da cota do partido, que pressionava pela nomeação de um indicado pelos senadores da sigla. En­­quanto isso, o PR anunciou sua saída da base aliada e se autointitulou independente, embora continuasse a votar com o Planalto.

Nos últimos meses, o líder do PR no Senado, Blairo Maggi (MT), reuniu-se por diversas vezes com Dilma e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para tentar buscar um entendimento. Maggi chegou a ser convidado para o cargo, mas não aceitou.

"Fui lá [no Palácio do Planalto] hoje [na quarta-feira]. Não tinha definição. Eu não quero mais negociar porque o negócio não desenvolve. Então resolvemos que estamos fora da discussão, e isso significa que estamos na oposição", disse Maggi.

O rompimento definitivo do PR com o Planalto piora a situação de Dilma no Congresso, já que a presidente enfrenta descontentamentos generalizados nas bancadas aliadas. A crise levou Dilma, na semana passada, a perder a primeira votação no Senado. O veto à indicação de Bernardo Fi­­­gueiredo para a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi articulada por senadores do PMDB, um dos principais partidos aliados do Planalto.

Para acalmar os rebeldes, Dilma oficializou anteontem a troca dos líderes da Câmara e do Senado. Eduardo Braga (PMDB-AM) entrou no lugar de Romero Jucá (PMDB-RR) no Senado. Braga faz parte de um grupo que teria oito senadores peemedebistas insatisfeitos com o Planalto. Sua nomeação seria uma forma de acalmar o chamado G8 do PMDB. Já na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) assumiu a liderança do governo no lugar de Cândido Vaccarezza (PT-SP). Nesse caso, a saída de Vaccarezza foi decidida para mostrar que Dilma não estaria disposta a mexer apenas com o PMDB, mas também com o PT.

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